Juiz ordena congelamento de contas bancárias de Cristina Kirchner
Medida é anunciada um dia depois do bloqueio de bens da ex-presidente argentina
Um juiz federal argentino ordenou nesta quinta-feira o congelamento das contas bancárias da ex-presidente Cristina Kirchner em meio às investigações sobre as operações de câmbio do Banco Central durante seu governo (2007-2015). A decisão complementa o bloqueio de bens da ex-mandatária, determinado pelo juiz Claudio Bonadío na quarta-feira.
O magistrado ordenou o congelamento dos fundos para cobrir o embargo de bens da ex-presidente, fixado em seu processo, no valor de 15 milhões de pesos (cerca de 3,4 milhões de reais).
Segundo a denúncia, por meio da realização de contrato futuro de dólar, o BC da Argentina teria negociado a moeda americana a uma cotação que rondava os 10,65 pesos, abaixo do estabelecido na Bolsa de Nova York para esse tipo de contrato – na época, cerca de 14 pesos por unidade – causando um prejuízo bilionário à entidade.
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A ex-presidente, que compareceu a uma audiência de notificação na quarta-feira, repetiu que esse era “um caso de perseguição”. “Fazem uso político desse caso”, disse.
A ex-presidente também é investigada por enriquecimento ilícito, segundo uma denúncia da deputada social-democrata Margarita Stolbizer. A legisladora acusou Cristina Kirchner de ocultar a posse de cinco milhões de dólares nos cofres do Banco de Santa Cruz, da província patagônica de onde vem a família Kirchner.
Nesta quinta-feira, o banco e as autoridades policiais notificaram que “a família Kirchner não tem contas nessa entidade”.
“É uma denúncia falsa. Eu converti em pesos minhas economias em 2012 para passar uma mensagem à sociedade. Mas agora não confio nesse governo e voltei a comprar dólares com minhas economias”, explicou Cristina na quarta-feira a uma dezena de jornalistas e uma dezena de seguidores que foram apoiá-la nos arredores do tribunal de Buenos Aires.
(Com AFP)