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Israel leiloará materiais doados pela UE a escola palestina demolida

Governo israelense demoliu centro educacional por ter sido construído sem sua permissão em área ocupada da Cisjordânia

Por Da Redação
31 Maio 2019, 16h33

Israel leiloará na semana que vem materiais de uma escola palestina financiada por países europeus, entre eles a Espanha, e que foi demolida em outubro pelas autoridades do Estado judeu na Cisjordânia ocupada. A denúncia partiu da organização não-governamental israelense B’Tselem nesta  sexta-feira, 31.

A Administração Civil de Israel (ICA, na sigla em inglês), responsável pelos assuntos civis e administrativos da Área C do território ocupado da Cisjordânia, levará a leilão as estruturas de duas salas de aula pré-fabricadas de um colégio construído na aldeia de Ibziq, no Vale do Rio Jordão, com fundos europeus.

Israel demoliu o centro escolar há sete meses por ter sido construído sem sua permissão e confiscou os materiais do edifício. A União Europeia (UE) e seus Estados-membros não reconhecem a soberania israelense na Cisjordânia, que este país ocupa desde o fim da Guerra dos Seis Dias, em 1967.

O leilão vai acontecer na segunda-feira e na terça-feira, 3 e 4 de junho, nos escritórios da ICA na colônia de Beit El e no bloco de assentamentos de Gush Etzion, informou a B’Tselem. Um anúncio sobre o leilão foi publicado no jornal israelense Maariv.

Depois de comparar os números de ordens de confisco com os dos bens que serão leiloados, a ONG assegura que parte dos materiais a serem leiloados foram doados pela cooperação europeia.

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“Sempre houve rumores de que a ajuda internacional confiscada (por Israel) era vendida em leilões”, explicou Sarit Michaeli, porta-voz da B’Tselem, que acrescentou que não tinha sido possível comprovar “até este caso, no qual há provas de que as estruturas das salas de aula da escola derrubada são exatamente as mesmas que serão leiloadas na semana que vem”.

 

Em outubro, o escritório da União Europeia os chefes de consulados europeus em Jerusalém e Ramallah expressaram conjuntamente “grande preocupação com a demolição por parte das autoridades israelenses de duas salas de aula” financiadas por seus doadores.

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O fechamento da escola deixou sem aula 49 alunos palestinos. Em resposta, as autoridades europeias pediram a Israel que “proteja, respeite e cumpra” o direito das crianças à educação.

Michaeli criticou a União Europeia, que entrega ajuda humanitária na Cisjordânia através de um consórcio integrado por Espanha, França, Itália, Bélgica, Suécia, Luxemburgo, Irlanda e Dinamarca, por se limitar a mostrar preocupação sem tomar outras medidas.

“Este é um exemplo de como a União Europeia não realiza nenhuma ação (diante das demolições de Israel)”, denunciou Michaeli. Ele acrescentou que as autoridades israelenses “dão um passo adiante ao vender esses materiais, uma prova de que não levam em conta suas declarações”.

Consultada, a organização militar israelense que administra a ocupação (COGAT) não deu detalhes sobre o assunto. Uma porta-voz da representação da União Europeia em Jerusalém também não respondeu aos pedidos de comentário da reportagem.

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(Com EFE)

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