Um incêndio em um acampamento de refugiados localizado na ilha grega de Lesbos matou uma mulher e um bebê recém-nascido e feriu outras seis pessoas na noite de domingo 29, segundo as autoridades locais. As chamas começaram, segundo os imigrantes, em um pequeno comércio ambulante.
O campo de refugiados de Moira é um dos mais movimentados da Europa e, embora tenha capacidade de abrigar 3.000 pessoas, chega a acolher cerca de 12.000. No auge do fluxo de refugiados sírios que cruzavam em barcos precários o Mediterrâneo da Turquia para a Grécia, Moira foi um dos principais centros de acolhida. “Tal tragédia podia acontecer a qualquer momento no acampamento de Moria”, lamentou o prefeito Kostas Moutsouris.
O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Grécia, Boris Cheshirkov, classificou a situação como “trágica” e considerou ser “extremamente urgente acelerar as transferências de abrigados para o continente”.
Os incêndios atiçaram o ânimo dos refugiados, que na manhã após o acidente, manifestaram-se contra as autoridades. A polícia grega usou gás lacrimogêneo contra a multidão de refugiados. A situação se acalmou somente após a chegada de mais policiais, que reforçaram a segurança.
A superlotação atual do campo é a pior desde 2016, quando o governo grego e a Turquia assinaram um acordo que proporcionou redução significativa no fluxo de migrantes e refugiados para as ilhas gregas nos anos seguintes.
No início de setembro, porém, o presidente turco, Recep Erdogan, ameaçou “abrir as portas” para a Europa aos migrantes, se não conseguir obter mais ajuda internacional. A Turquia é o país que acolhe o maior número de refugiados sírios – cerca de 4 milhões. Na semana passada em Nova York, durante a Assembléia-Geral da ONU, Grécia e Turquia “concordaram em fazer todos os esforços para reduzir o fluxo de migrantes”.
(Com AFP)