Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Imagens de satélite indicam evidências de valas comuns em Mariupol

Acusação feita por autoridades locais acontece horas depois de governo russo anunciar controle da cidade

Por Da Redação Atualizado em 21 abr 2022, 18h24 - Publicado em 21 abr 2022, 17h31

Autoridades ucranianas disseram nesta quinta-feira, 21, que valas comuns foram identificadas nos arredores de Mariupol, em meio ao anúncio de Vladimir Putin de que tropas russas tomaram a cidade. As declarações foram baseadas em imagens de satélites coletadas e analisadas pela empresa americana Maxar Technologies.

Em publicação nas redes sociais nesta quinta, Petro Andriushchenko, assessor do prefeito de Mariupol, afirmou que as imagens de Manhush, a cerca de 19 quilômetros de Mariupol, mostravam moradores mortos em valas de aproximadamente 30 metros.

“Caminhões carregam os corpos dos mortos, na verdade, simplesmente despejando-os no aterro”, disse o assessor. “Esta é uma evidência direta de crimes de guerra e tentativas de encobri-los.”

A declaração sobre valas comuns se dá em meio à tomada da cidade por tropas russas. Nesta quinta-feira, Putin disse que suas forças assumiram controle “com sucesso” da região e ordenou um cerco à usina de Azovstal, onde quase 2.000 militares ucranianos ainda permanecem entrincheirados.

“O fim do trabalho de libertação de Mariupol é um sucesso”, afirmou Putin ao ministro da Defesa, Serguei Shoigu, em um encontro televisionado. A cidade, que virou símbolo da destruição da guerra, era considerada o último obstáculo para a conclusão da “ponte terrestre” da Rússia para a Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Continua após a publicidade

Após o anúncio do presidente russo, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, exigiu que a Rússia permita um corredor humanitário imediato para que os civis sejam retirados da região. Segundo ela, 1.000 civis e 500 soldados feridos precisam ser retirados imediatamente.

Bombardeios e confrontos em solo já deixaram grande parte da região pulverizada, matando pelo menos 21.000 pessoas, segundo estimativas ucranianas. A queda é vista por analistas como o avanço mais estratégico para a Rússia desde o início da invasão ao país vizinho, em 24 de fevereiro.

O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko,  também afirmou que as forças russas enterraram corpos no local. Autoridades ucranianas alegam que até 20.000 pessoas morreram durante os ataques.

“Mais de 20.000 civis – mulheres, crianças, idosos – morreram nas ruas de nossa cidade por artilharia inimiga (…) E, infelizmente, vimos que os corpos dos moradores mortos de Mariupol começaram a desaparecer das ruas de nossa cidade”, disse Boichenko.

Continua após a publicidade

Segundo ele, “há um campo perto do cemitério, e neste campo há valas, de 30 metros de comprimento, e lá eles os enterram, trazem os corpos dos mortos em caminhões e os jogam nessas valas”.

As declarações desta quinta se somam a uma longa lista de acusações envolvendo a prática. Desde que tropas da Rússia deixaram Kiev e cidades dos arredores, há cerca de três semanas, mais de 900 corpos de civis foram encontrados na região, segundo a polícia regional. De acordo com ela, a maior parte dos corpos foi abandonada nas ruas ou enterrada em valas comuns e mais de 90% das vítimas morreram por ferimentos de tiros.

Para a Rússia, no entanto, serviços da inteligência dos EUA e do Reino Unido seguem ajudando a Ucrânia a forjar novas alegações falsas de supostos crimes de guerra cometidos no noroeste do país, embora não tenha fornecido nenhuma evidência. O Kremlin nega veementemente ter atacado qualquer alvo civil desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, e acusa o Ocidente de fazer uma “falsificação monstruosa” destinada a prejudicar a imagem russa perante o mundo. 

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (Acnudh), que está revisando vídeos e materiais recebidos sobre a situação, declarou que análises preliminares “parecem sugerir” um assassinato de civis de forma deliberada, de acordo com a porta-voz Liz Throssell.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.