Idosa é investigada por escrever em peça de arte de US$ 160 mil
A senhora de 91 anos confundiu a obra de arte que simulava palavras-cruzadas com uma peça interativa em um museu na Alemanha
Uma senhora de 91 anos está sendo investigada na Alemanha após preencher os espaços em branco de uma peça de arte que simulava um jogo de palavras-cruzadas. Durante visita ao Neues Museum, em Nuremberg, a idosa pensou que a obra de arte, que vale 160.000 dólares, era interativa.
Hannelore K., uma dentista aposentada, andava pelos corredores do museu com um grupo da terceira idade quando se deparou com a obra “Reading-work-piece”, do artista Arthur Koepcke. A peça simula um jogo de palavras-cruzadas e exibe a frase em inglês “Insert word”, ou “insira palavras”, em português. A mulher, acreditando que se tratava de uma obra de arte interativa, começou a preencher as palavras-cruzadas com uma caneta.
Hannelore agora está sendo investigada pela justiça local por danos à propriedade privada, mas não há indícios de que ela teve a intenção de avariar o trabalho do artista. De acordo com os diretores do museu, a obra de arte já foi totalmente restaurada e a senhora aposentada só foi denunciada para cumprir com as regras da seguradora que protege o Neues Museum.
Em depoimento a polícia, Hannelore afirmou que compreendeu a mensagem gravada na obra de arte e a tomou como um convite para preencher as respostas. Ela acrescentou também que não havia nenhum aviso no museu sobre não escrever na peça. Gerlinde Knopp, que estava liderando a excursão, disse ao jornal alemão Suddeutsche Zeitung que o museu estava cheio de obras de arte interativas, o que pode ter ajudado a causar a confusão.
Nos documentos de defesa elaborados pelo advogado da aposentada, Heinz-Harro Salloch, em resposta à investigação, argumenta-se também que Hannelore aumentou o valor da obra de arte, que antes era relativamente desconhecida e agora ganhou a atenção de um público maior. Além disso, Salloch classifica a intervenção da mulher na peça como um “trabalho revigorante”.
Espanha
Em 2012, uma idosa de Borja, no nordeste da Espanha, tornou-se uma celebridade mundial depois de uma “barbeiragem” com uma pintura do século XIX. A mulher, que fazia uma restauração por conta própria, sem autorização, destruiu Ecce Homo, afresco feito pelo artista Elías García Martínez em um dos muros da igreja do Santuário de Misericórdia de Borja, um patrimônio da cidade que é próxima a Zaragoza.
(Da redação)