O chefe do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó – que se autoproclamou presidente encarregado -, disse nesta terça-feira que “em breve” retornará para Venezuela com o objetivo de “exercer” funções na Câmara e como chefe de Estado, embora não tenha divulgado uma data exata. Mais cedo, Maduro disse que o opositor responderá na Justiça quando retornar.
“Não assumimos este compromisso para lutar do lado de fora, por isso, em breve estarei na Venezuela para exercer as minhas funções como presidente (encarregado)”, disse o líder opositor, em mensagem divulgada em sua conta do Twitter.
Guaidó viajou para a Colômbia na última sexta-feira para liderar a operação antichavista que pretendeu ingressar ao país várias toneladas com alimentos e medicamentos, e que faziam parte do primeiro lote de ajudas que este setor pediu para a comunidade internacional querendo atenuar a grave crise que atravessa a Venezuela.
Na segunda-feira ele esteve em Bogotá para participar de uma reunião do Grupo de Lima, um fórum de países do continente críticos do governante venezuelano, Nicolás Maduro, onde realizou várias reuniões com aliados.
Sobre o opositor, porém, pesa uma ordem de proibição de saída do país ditada pela Promotoria como parte de uma investigação preliminar, que Guaidó desacatou sem considerações.
Além disso, a Controladoria venezuelana abriu uma investigação por supostamente receber dinheiro sem justificativa e falsificar dados em sua declaração juramentada de patrimônio.
Em sua mensagem, Guaidó também divulga um vídeo onde retoma seu slogan “vamos bem”, e afirma ter se reunido com vários dos militares que viraram as costas para Maduro para reconhecê-lo como líder legítimo da Venezuela.
Neste sentido, disse que eles confirmaram que o governo de Maduro alistou nas forças de segurança centenas de prisioneiros “para disparar contra o povo de Tachira e Bolívar” no último sábado, quando a oposição tentou levar doações ao país e houve confrontos com policiais e militares.
Ele também disse que “nos próximos dias” o Parlamento comunicará “medidas contundentes” para condenar esses eventos que deixaram mais de 40 feridos, segundo o governo venezuelano.
Guaidó ainda afirmou que seu mandato interino é reconhecido “pelas principais democracias do mundo”, enquanto Maduro é, ele disse, um homem “cada vez mais sozinho e mais desesperado”.
(Com EFE)