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G20 apoia pacote econômico e frente mundial para combater o coronavírus

Maiores economias se comprometem a intensificar seus esforços para controlar a epidemia; comunicado vem após amenização da doença por Bolsonaro e Trump

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h26 - Publicado em 26 mar 2020, 19h32

Os líderes do G20, grupo das maiores economias do mundo, decidiram nesta quinta-feira, 26, apoiar a iniciativa conjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial para desenvolver um pacote econômico e fortalecer as redes de segurança financeira global. “Conclamamos todas essas organizações a intensificar ainda mais a coordenação de suas ações, inclusive com o setor privado, para apoiar os países emergentes e em desenvolvimento que enfrentem choques decorrentes da Covid-19 nas áreas de saúde, econômica e social”, afirma a declaração final do G20, cujos líderes discutiram por teleconferência a crise gerada pela epidemia de coronavírus.

O texto cobra maior cooperação global para o combate da crise sanitária informa que os 20 países formarão uma “frente unida contra essa ameaça comum”. A reunião virtual nesta quinta-feira deu-se no momento em que o total de casos de contaminação em todo o mundo superou a marca de 500.000. A pandemia de coronavírus está se espalhando por países da América Latina e da África, onde sistemas de saúde são limitados e precarizados. Mas ainda se mostra severa na Europa e nos Estados Unidos.

“Estamos prontos para reagir prontamente e tomar qualquer outra ação que possa ser necessária. Estamos confiantes de que, trabalhando em conjunto, vamos superar isso”, assinou o G20, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia.

Para controlar a disseminação do vírus e evitar sobrecarga dos hospitais, a América Latina está com fronteiras fechadas. Venezuela, onde o sistema de saúde mostra-se frágil há anos para lidar com doenças menos contagiosas, foi o primeiro a impor quarentena, em 17 de março. A Argentina, submersa em grave crise econômica e social, está confinada desde sexta-feira 20, e a Bolívia aderiu à quarentena obrigatória no domingo 22, seguida pela Colômbia.

Segundo a OMS, há 60.834 casos confirmados e 813 mortos pela Covid-19, doença causada pelo coronavírus, na América Latina. Só no Brasil, são 2.915 infectados e 77 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde.

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Na África, com 2.066 casos confirmados e 49 mortes, há pouquíssimos leitos de terapia intensiva. A África do Sul possui menos de 1.000 leitos de UTI, dos quais 160 estão no setor privado, para uma população de 56 milhões. Em Malawi, há apenas 25 leitos de UTI em hospitais públicos para 17 milhões de pessoas. Além disso, na África Subsaariana, 63% da população de áreas urbanas não pode lavar as mãos, segundo os dados do Unicef, porque não têm acesso a água e sabão.

A declaração final do G20 contraria a posição expressa pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira 24, quando afirmou em rede nacional de rádio e televisão que a Covid-19 era apenas um “resfriadinho” e pediu por um retorno à “normalidade”. “Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada. A proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa”, disse Bolsonaro.

O G20 assinalou a gravidade da pandemia “sem precedentes”. “É um lembrete poderoso da nossa interconectividade e vulnerabilidade. O vírus não respeita fronteiras. O combate a esta pandemia exige uma resposta global com espírito de solidariedade, que seja transparente, robusta, coordenada, de larga escala e baseada na Ciência”, diz o documento em seu primeiro parágrafo.

Aparentemente, Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pretendia reabrir os negócios e comércios do país até a Páscoa, no dia 12 de abril, ficaram isolados em relação à maioria dos líderes do G20.

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O G20 também comprometeu-se em manter o comércio internacional sem travas, para evitar interferências no tráfego de mercadorias e um possível desabastecimento. “Trabalharemos para garantir o fluxo transfronteiriço de suprimentos médicos vitais, produtos agrícolas essenciais e outros bens e serviços”, disse o comunicado.

O grupo deu destaque à OMS como principal liderança em meio à crise, declarando apoio total à organização. Segundo o comunicado, o grupo comprometeu-se com a proteção de profissionais de saúde da linha de frente e a entrega de suprimentos médicos, em especial kits de diagnóstico, tratamentos, medicamentos e vacinas.

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