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França realiza primeiro julgamento dos atentados de Paris de 2015

Um dos réus é acusado de acobertar e alojar jihadistas em seu apartamento após ataques; acusado afirma inocência

Por AFP
24 jan 2018, 22h02

O primeiro julgamento relacionado aos ataques de Paris de 13 de novembro de 2015 começou nesta quarta-feira na França com Jawad Bendaoud no banco dos réus, acusado de ter acobertado dois jihadistas após o massacre que deixou 130 mortos.

Bendaoud era dono do apartamento utilizado por Abdelhamid Abaaud, um jihadista do grupo Estado Islâmico e suposto coordenador dos piores atentados da história recente da França, e seu cúmplice, Chakib Akrouh, para se esconderem após os ataques. Ele foi descoberto cinco dias depois dos atentados, quando a polícia antiterrorista lançou um assalto em um imóvel localizado em Saint-Denis, subúrbio parisiense.

O acusado, agora com 31 anos, contou às câmeras de televisão que transmitiam a operação ao vivo que era o dono do apartamento. “Alguém me pediu que alojasse duas pessoas por três dias e eu fiz”, disse, insistindo que “não sabia que eram terroristas”.

A polícia o prendeu e ele foi indiciado alguns dias depois. A história surreal viralizou na França e Bendaoud foi alvo de escárnio por sua suposta ingenuidade.

Os juízes do tribunal correcional de Paris devem determinar se o réu ajudou os suspeitos a se esconderem ou se realmente não sabia quem eram.

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Os juízes de instrução entenderam que Bendaoud sabia que abrigava dois dos responsáveis pelos atentados de Paris, mas desconhecia seus projetos futuros. Abaaoud e seu cúmplice pretendiam cometer um ataque suicida no dia 18 ou 19 de novembro de 2015 em La Défense, bairro financeiro localizado a oeste de Paris.

O julgamento ocorre alguns dias antes de Salah Abdeslam, o único terrorista sobrevivente dos ataques a Paris, comparecer perante os tribunais belgas pela primeira vez.

Desde a sua prisão, Bendaoud afirma sua inocência. “Nunca conversei com um membro de um grupo terrorista na minha vida, não tenho nada a ver com os ataques, nem de perto ou de longe”, escreveu em 2016 aos magistrados, antes de admitir que na noite do ataque usou drogas.

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Jawad Bendaoud, entretanto, possui longa ficha criminal. Foi condenado alguns anos antes dos atentados de Paris a oito anos de prisão por uma briga que resultou na morte de um homem — se condenado desta vez, terá uma pena de seis anos de prisão.

Desde a sua detenção, Bendaoud já compareceu três vezes perante os tribunais: por ter posto fogo em sua cela, pelo tráfico de cocaína e por ter ameaçado policiais.

Em 30 de outubro, foi expulso de uma audiência. “Eu sou a vítima!”, protestou furiosamente. “Passei dois anos na prisão sem motivo. Não sabia de nada!”

Bendaoud será julgado com outros dois homens — Mohamed Soumah, um de seus amigos, e Youssef Aïtboulahcen, irmão de Hasna Aïtboulahcen, que morreu no assalto policial de 18 de novembro de 2015 ao imóvel em Saint-Denis juntamente com Abaaoud e Akrouh.

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Na noite de 13 de novembro de 2015, três jihadistas fortemente armados espalharam terror pela capital francesa. Bares, restaurantes, uma casa de shows e os arredores de um estádio foram alvos de ataques simultâneos, resultando na morte de 130 pessoas.

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