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Ex-chefe do Banco Central Europeu montará governo emergencial na Itália

Mario Draghi, conhecido por sua liderança durante a crise da Zona do Euro, foi a opção do presidente para evitar novas eleições e agilizar combate à Covid

Por Da Redação
3 fev 2021, 12h08

Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu de 2011 a 2019, aceitou nesta quarta-feira, 3, a incumbência de formar um governo de emergência na Itália, depois que as negociações para reorganizar o Executivo do ex-premiê Giuseppe Conte falharam.

“É um momento difícil. O presidente relembrou a dramática crise sanitária e seus graves efeitos na vida das pessoas, na economia e na sociedade. A emergência requer soluções à altura. Respondo positivamente à convocação do presidente”, disse Draghi, após reunir-se com Sergio Mattarella.

O presidente preferiu a indicação como alternativa à convocação de novas eleições para enfrentar de forma imediata a crise econômica e a pandemia da Covid-19, já que o país foi um dos mais atingidos pelo vírus na Europa. Draghi é considerado um técnico e tem muito prestígio na Itália, e Mattarella indicou que um governo formado por ele teria “alto perfil institucional”.

Contudo, o ex-chefe do Banco Central Europeu vai precisar conquistar a maioria no Parlamento em um contexto de intensos embates políticos. A maior legenda, o Movimento Cinco Estrelas (de Conte, que perdeu o governo), já adiantou que não o apoiará.

A extrema-direita, representada por Matteo Salvini, também anunciou publicamente a preferência por novas eleições, embora admita esperar os planos do eventual governo.

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O Partido Democrata (PD), de centro-esquerda, o Itália Viva, de centro e o Força Itália, do conservador Silvio Berlusconi, e algumas outras legendas menores, de centro, já manifestaram apoio ao indicado por Mattarella.

O recente caos político da Itália começou porque um pequeno partido retirou seu apoio ao frágil governo de coalizão de Conte. O gabinete perdeu a maioria necessária no Parlamento e o premiê renunciou, o que levaria a uma eleição antecipada em plena pandemia.

Agora primeira tarefa de Draghi será trabalhar em um programa de governo e na formação de uma equipe de ministros. Depois disso, ele iniciará rodadas de consultas com os partidos, para buscar apoio. Apenas se obtiver o respaldo necessário, o indicado poderá aceitar o cargo de maneira definitiva.

“O que for necessário”

Draghi foi presidente do Banco Central Europeu por oito anos, inclusive durante um dos momentos mais agudos da história da Zona do Euro. A crise da dívida pública gerou preocupações de que a região de 19 países se desintegrasse, mesmo com um pacote de resgate de 750 bilhões de euros negociado com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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O ex-presidente do banco é lembrado por um discurso que fez em Londres, em 2012, para tranquilizar os membros da Zona do Euro de que sua instituição faria “o que for necessário” para manter a estabilidade. Suas palavras acalmaram investidores e, efetivamente, salvaram a área do euro na época.

Depois disso, realizou políticas sem precedentes na região, como a introdução de taxas de juros negativas e a flexibilização quantitativa (criação de dinheiro “novo” pelo banco central). Ambos os instrumentos ainda estão em vigor.

Talvez por isso a possibilidade de Draghi tornar-se o novo premiê tenha sido bem recebida nos mercados financeiros: os rendimentos dos títulos italianos caíram na manhã de quarta-feira, reduzindo custos de empréstimos para o governo italiano e sugerindo que investidores estavam mais confiantes em relação à Itália.

(Com EFE)

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