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EUA enviarão chefe do Comando Sul e agentes antidrogas ao Equador

Autoridades vão 'auxiliar' o governo de Daniel Noboa a combater o crime organizado, que tomou o país com uma onda de violência desde a segunda-feira 8

Por Da Redação
Atualizado em 12 jan 2024, 10h09 - Publicado em 12 jan 2024, 09h44

O Departamento de Estado dos Estados Unidos comunicou na noite de quinta-feira 11 que enviará autoridades ao Equador para auxiliar o governo de Daniel Noboa a combater o crime organizado, depois do país declarar estado de “Conflito Armado Interno” e guerra contra as gangues. Entre os funcionários americanos estão a chefe do Comando Sul, general Laura Richardson, e agentes antidrogas e diplomáticos de alta patente.

[O Equador] sofre níveis atrozes de violência e terrorismo nas mãos de elementos narcocriminosos que têm como alvo civis inocentes”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado, acrescentando que “mais de 100 agentes penitenciários estão sendo mantidos como reféns”.

+ A relação entre membros do PCC e a crise de violência no Equador

“Reafirmamos nosso compromisso de manter uma estreita colaboração com o Equador, inclusive na luta contra as organizações criminosas”, acrescentou.

Cooperação com Washington

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condena há dias a onda de violência que tomou o país desde segunda-feira 8, quando mais de vinte gangues de narcotráfico realizaram ataques pelo território nacional. Washington se mostrou disposto a cooperar com Quito, mas não havia entrado em detalhes até a declaração do Departamento de Estado, que afirmou: “Trabalharemos com o Presidente Noboa para aprofundar a nossa cooperação na aplicação da lei através de programas de assistência à segurança.”

Para acelerar a cooperação, Washington disse que enviará os altos funcionários “nas próximas semanas”, para “explorar com seus homólogos equatorianos formas pelas quais possamos trabalhar juntos de forma mais eficaz para enfrentar a ameaça representada pelas organizações criminosas transnacionais”.

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+ A evolução das gangues por trás da onda de violência no Equador

Os funcionários incluem, além da general Laura Richardson, o subsecretário do Bureau de Narcóticos Internacionais e Aplicação da Lei, Todd Robinson, e um dos principais representantes do Departamento de Estado para a América Latina, Kevin Sullivan. Além disso, policiais americanos viajarão ao Equador “para ajudar nas investigações criminais”, segundo o comunicado.

Os Estados Unidos também aumentarão “o compartilhamento de inteligência, a cooperação para combater atividades cibernéticas maliciosas e a assistência na implementação de reformas prisionais”.

Onda de violência

O Equador vive um cenário de guerra desde a noite de 8 de janeiro, quando o criminoso “mais procurado” do país escapou da prisão. Na terça-feira 9, homens armados invadiram um estúdio de televisão e ameaçaram jornalistas ao vivo. Isso fez o presidente Daniel Noboa decretar estado de “Conflito Armado Interno” em todo o território nacional. No primeiro dia sob o decreto, pelo menos 40 eventos violentos foram registrados, ao menos 13 pessoas morreram e cerca de 70 foram presas.

Outrora um país pacífico, o Equador viu nos últimos anos uma evolução de gangues criminosas que hoje fazem o território nacional de refém, não muito diferente do que Pablo Escobar fez com a Colômbia nos anos 1990. Nesta semana, houve rebeliões em diversas prisões, sequestros, explosões de carros-bomba e até um ataque armado a uma estação de televisão na cidade de Guayaquil.

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Prisões e cocaína

Muito da escalada da violência ocorre devido ao modus operandi das prisões equatorianas, que não são controladas não pelo Estado, mas pelos próprios presos. Às vezes, grupos controlam penitenciárias inteiras. Outras, gangues rivais são responsáveis por gerir diferentes alas, um barril de pólvora pronto para explodir.

+ Onda de violência no Equador expõe domínio das gangues do tráfico no país

A violência dentro do sistema carcerário também tomou as ruas com fugas e aliciamento de mais criminosos, transformando o Equador em um dos países mais violentos do mundo, com 45 homicídios intencionais por 100.000 habitantes em 2023. Entre a Colômbia e o Peru, os dois maiores produtores de cocaína do mundo, o país tem portos estratégicos para o escoamento da droga para a Europa e Ásia.

As forças de segurança colombianas, em particular, passaram décadas tentando conter o fluxo da droga, com a parceria dos Estados Unidos – história que se popularizou com a série “Narcos”, da Netflix. Em reação à repressão, porém, os traficantes se tornaram mais internacionais.

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