EUA: Clooney protestará em frente à embaixada do Sudão

O ator americano George Clooney vai protestar nesta sexta-feira em frente à embaixada do Sudão em Washington, nos Estados Unidos. Depois de uma visita ao país africano, Clooney acusou o governo de Cartum de crimes de guerra, no mesmo dia em que o governo americano cobrou do Sudão autorização para o envio de alimentos de forma imediata para evitar um desastre humanitário.

Clooney, que voltou recentemente da viagem, acusou as forças armadas do governo sudanês de cometer crimes contra civis, incluindo um ataque com foguetes do qual escapou por pouco. Funcionários americanos alertaram que 250.000 pessoas correm risco de sofrer com a fome na conflituosa região de Kordofan do Sul ao testemunhar ante uma comissão do Senado, à qual Clooney se somou.

Crítico de longa data do governo do Sudão pelo conflito separatista em Darfur, Clooney disse à comissão do Senado que o presidente Omar al Bashir e seus colaboradores estão “provando ser os maiores criminosos de guerra deste século até o momento”. Clooney conclamou os americanos a se juntarem a ele no protesto para pressionar o governo dos Estados Unidos e os oficiais do Sudão a fazerem alguma coisa. Ele também deve se encontrar com o presidente Barack Obama para falar sobre o assunto.

Infográfico: Os 11 países mais afetados pela crise humanitária em 2011

Princeton Lyman, enviado especial dos Estados Unidos ao Sudão, disse que a região montanhosa está a caminho de “uma grave crise humanitária” devido aos bombardeios constantes das forças de governo, que impedem a prática da agricultura. “O Sudão deve permitir o acesso humanitário internacional, e o mundo não pode permanecer quieto. Certamente os Estados Unidos não podem fazer isso”, afirmou Lyman.

O Sudão do Sul se tornou independente em julho do ano passado, depois de duas décadas de guerra civil. No entanto, outro conflito separatista explodiu pouco depois em Kordofan do Sul e perto do estado de Nilo Azul, no qual Cartum combate contra os insurgentes, uma vez aliados aos ex-rebeldes que agora governam o Sudão do Sul.