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EUA cancelam reunião com Rússia após anúncio de envio de tropas à Ucrânia

Encontro entre secretário de Estado americano e ministro das Relações Exteriores russo aconteceria nesta semana em Genebra

Por Caio Saad Atualizado em 22 fev 2022, 20h04 - Publicado em 22 fev 2022, 19h38

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, anunciou nesta terça-feira, 22, que não irá mais se encontrar em Genebra nesta semana com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov. A declaração é o sinal mais recente de que os caminhos para uma saída diplomática à crise envolvendo a Ucrânia podem estar se fechando.

“Agora que vemos que uma invasão está começando e a Rússia deixou evidente sua rejeição total à diplomacia, não faz sentido seguir em frente com o encontro neste momento”, disse Blinken após encontro em Washington com o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba. “Consultei com nossos aliados e parceiros. Todos concordam”.

+ Em meio à tensão na Ucrânia, embate entre Putin e Biden sobe de tom

O cancelamento ocorre em meio ao aumento de tensões entre a Rússia e o Ocidente pelo anúncio do envio de militares a regiões separatistas pró-Moscou da Ucrânia. Na noite de segunda-feira, o Kremlin publicou um decreto ordenando que o Ministério da Defesa envie tropas para “funções de manutenção da paz” para as autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk, pouco após reconhecer a independência das duas regiões.

Blinken disse ter enviado uma carta a Lavrov nesta terça-feira para informá-lo da decisão, acrescentando que os Estados Unidos continuam dispostos a negociações “se a Rússia estiver preparada para dar passos demonstráveis para fornecer à comunidade internacional qualquer grau de confiança de que está séria sobre desmobilizar e encontrar uma solução diplomática”.

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Qualquer caminho diplomático, no entanto, segue turbulento. Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, também anunciou que seu encontro com Lavrov, marcado para a próxima sexta-feira, não iria mais acontecer.

Junto à decisão do cancelamento do encontro, o presidente americano, Joe Biden, apresentou nesta segunda-feira uma série de sanções contra a Rússia, dizendo que as ações de Moscou representam o “início de uma invasão russa à Ucrânia”.

Para Biden, Putin está preparando uma tomada de território ucraniano que vai além das regiões separatistas de Luhansk e Donetsk. Ele condenou o que considera ser “uma flagrante violação da lei internacional”.

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Entre as sanções impostas, o democrata disse que bancos russos e outras instituições sofrerão cortes de financiamentos ocidentais, fazendo com que o Exército russo perca parte do seu financiamento. Além disso, o mandatário americano aplicou sanções a oligarcas, o que já havia sido levantado como possibilidade em dezembro do ano passado.

Além dos EUA, a presidente da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, também anunciou na segunda-feira que o bloco reagiria com sanções à decisão russa.

Apesar das represálias, Putin vem aproveitando o momento para colocar ainda mais  pressão sobre a Ucrânia e seu presidente, Volodymyr Zelensky, afirmando que a melhor solução para acabar com a crise seria o país desistir de entrar na Otan, principal aliança militar ocidental e grande ponto de atrito entre a Rússia e o Ocidente. 

Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado. 

A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos trinta aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

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Em fala nesta terça-feira, Putin também fez menção também aos Acordos de Minsk, negociados em 2015, sob mediação da Alemanha e França, para um cessar-fogo nas duas regiões, que teriam em troca autonomia administrativa. Segundo ele, não há mais nada para ser cumprido e culpa o governo da Ucrânia pelo fracasso do acordo. 

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