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Estudante morre em manifestação na Universidade do Cairo

Nova lei impede realização de protestos sem autorização. Insatisfação com governo provisório aumenta

Por Da Redação
28 nov 2013, 22h47

Um estudante morreu nesta quinta-feira em um confronto com as forças de segurança durante uma manifestação a favor do presidente deposto Mohamed Mursi nas proximidades da Universidade do Cairo. Segundo um porta-voz do hospital local, a vítima era um estudante de engenharia de 19 anos. Outras sete pessoas ficaram feridas. Esta foi a primeira morte registrada depois da assinatura de uma lei que impede a realização de protestos no Egito sem a autorização do governo.

Nesta quarta, um promotor ordenou a prisão de dois ativistas por incitação de protestos, um deles Ahmed Maher, do movimento 6 de Abril, um dos mais relevantes durante as manifestações que levaram à queda da ditadura de Hosni Mubarak, em 2011. A ordem foi dada depois da participação dos ativistas em protestos, desafiando a nova restrição imposta pelo governo provisório instalado pelo Exército.

Também na quarta, a Justiça de Alexandria condenou 21 mulheres presas durante um protesto pró-Mursi no início deste mês. Sete menores de idade foram encaminhadas a prisões juvenis e as outras catorze acusadas receberam sentenças de onze anos de prisão cada uma. Em um comunicado conjunto divulgado pela rede CNN, grupos de defesa dos direitos humanos criticaram os abusos da polícia, que parece ter o apoio de promotores e do judiciário. “Não temos dúvidas de que esse veredicto é um novo episódio em uma série de decisões judiciais com motivações políticas”.

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Descontentamento – Na terça-feira, um protesto reunindo alguns dos mais proeminentes ativistas de direitos humanos no país foi dispersado pela polícia. Segundo o New York Times, pelo menos sessenta pessoas foram detidas em uma ação violenta dos policiais. O jornal ressaltou que esta foi a maior ação das forças de segurança contra manifestantes não islâmicos desde a derrubada de Mursi. No dia seguinte, cerca de 2 000 pessoas foram às ruas contra a Irmandade Muçulmana, a polícia e o ministro da Defesa, general Abdel Fattah al-Sisi, que comandou a deposição do presidente. Uma demonstração de que a insatisfação contra o governo aumenta.

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Na pauta de reclamações da manifestação de terça-feira estava um artigo do projeto constitucional que permite julgamentos militares de civis. Alguns membros do grupo designado para redigir o texto abandonaram os trabalhos esta semana em solidariedade aos ativistas presos no Cairo.

O novo texto deverá substituir o que foi aprovado às pressas no final do ano passado e por uma assembleia formada quase totalmente por radicais islâmicos, depois que os seculares se retiraram das sessões. A Carta Magna foi suspensa no dia da deposição de Mursi, 3 de julho. O golpe veio após vários protestos contra o membro da Irmandade que chegou à Presidência por meio de eleições livres, mas que tentou usar a democracia para acabar com ela.

A saída de Mursi foi mais um capítulo na longa crise atravessada pelo Egito. Os seguidos embates entre as forças policiais e os manifestantes prova que a instabilidade persiste no país. A votação do projeto da nova Constituição pode ocorrer nos próximos dias. Em seguida, um referendo deverá ser realizado. A previsão é que eleições parlamentares e presidenciais ocorram depois da aprovação.

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