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Em discurso ao Vaticano, Papa alerta que nenhum cardeal está acima da lei

Francisco advertiu funcionários da Santa Sé que são particularmente vulneráveis ao mal e que um 'demônio elegante' espreita entre eles

Por Da Redação
23 dez 2022, 10h48

O papa Francisco alertou os funcionários do Vaticano, em discurso na quinta-feira 22, para tomarem cuidado com o “demônio elegante” que espreita entre eles, afirmando que nenhum cardeal, bispo ou padre é irrepreensível ou invulnerável ao mal.

Francisco usou  para alertar novamente os cardeais, bispos e padres que trabalham na Santa Sé de que eles não são de forma alguma irrepreensíveis e são, de fato, particularmente vulneráveis ao mal.

Francisco disse, em sua saudação anual de Natal à Cúria Romana, que aqueles que vivem no coração da Igreja Católica “podem facilmente cair na tentação de pensar que estamos seguros, que somos melhores que os outros e não precisamos mais de conversão”.

“No entanto, estamos em maior perigo do que todos os outros, porque somos assediados pelo ‘demônio elegante’, que não faz uma entrada ruidosa, mas vem com flores na mão”, declarou no Salão da Bênção do Palácio Apostólico.

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Francisco dedicou a maior parte de seu discurso este ano para dizer aos burocratas do Vaticano que não basta apenas condenar o mal ou erradicá-lo, já que muitas vezes ele volta em diferentes formas, mais forte do que antes. Francisco usou o termo “nós” repetidamente, sugerindo que ele se inclui entre aqueles no Vaticano que devem permanecer atentos ao diabo.

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Francisco há muito usa seu discurso de Natal para uma repreensão anual aos burocratas do Vaticano, conduzindo-os a um típico “exame de consciência” no estilo jesuíta.

Sua crítica mais contundente ocorreu em 2014, quando ele listou as “15 doenças da Cúria”, incluindo o “terrorismo da fofoca”, o “Alzheimer espiritual” e a vida dupla “hipócrita”. No ano seguinte, Francisco ofereceu um antídoto para os pecados listando o “catálogo de virtudes” que ele esperava que eles seguissem, incluindo honestidade e humildade.

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Este ano teve um tom semelhante, e Francisco reprisou sua crítica às formas de abuso das pessoas religiosas umas contra as outras.

“Não existe apenas a violência das armas, existe a violência verbal, a violência psicológica, a violência do abuso de poder, a violência oculta da fofoca”, disse Francisco, em possível referência a um novo caso de abuso de autoridade que está sendo investigado.

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Na última quarta-feira 14, de a ordem religiosa jesuíta do papa Francisco admitiu que Rupnik, um artista cujos mosaicos enfeitam igrejas e capelas em todo o mundo, havia sido excomungado por ter cometido um dos crimes mais graves da Igreja: usar o confessionário para absolver uma mulher com quem ele tido relações sexuais.

Além disso, Francisco parecia também querer mirar os tradicionalistas e conservadores que se tornaram seus maiores críticos. O Papa criticou sua maneira de viver a fé, insistindo que ser católico não significa seguir um conjunto de ditames imutáveis, mas sim um “processo de compreensão da mensagem de Cristo que nunca termina, mas nos desafia constantemente”.

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“A verdadeira heresia consiste não apenas em pregar outro evangelho, como nos disse São Paulo, mas também em deixar de traduzir sua mensagem nas línguas e modos de pensar de hoje”, disse Francisco.

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Os católicos tradicionalistas foram contra uma série de mudanças na Igreja promovidas pelo pontífice, como a permissão de sacramentos para pessoas divorciadas. Alguns chegaram a acusá-lo de heresia por alguns de seus gestos, como permitir estátuas “pagãs” no Vaticano. Os objetos de disputa foram cinco ídolos pequenos que representam a fertilidade amazônica e que ficaram conhecidas como estátuas da Pachamama (Mãe Terra).

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