Horas após ter seu Twitter excluído por alguns minutos na noite da quinta-feira, Donald Trump voltou a se envolver em mais uma polêmica na rede social. O presidente americano, sem citar nomes, voltou a chamar a senadora democrata Elizabeth Warren, que alega ter origens indígenas, de “Pocahontas”.
“Pocahontas acabou de dizer que os Democratas, liderados pela desonesta legendária Hillary Clinton, fraudaram as primárias! Vamos lá, FBI e Departamento de Justiça”, escreveu o chefe da Casa Branca em referência a Warren. A senadora declarou em entrevista à rede CNN nesta quinta-feira acreditar que houve fraude dentro do Comitê Nacional Democrata (CND) na escolha de Hillary Clinton como representante do partido nas eleições presidenciais de 2016.
Em uma série de tuítes, Trump fez alegações sobre as denúncias de corrupção no processo de primárias divulgadas pela ex-líder do comitê dos democratas, Donna Brazile. Em seu livro que será publicado na próxima semana, Brazile disse ter descoberto um acordo conjunto de arrecadação entre o CND e a campanha de Clinton, que fez um empréstimo dois milhões de dólares aos cofres do partido e, em essência, passou a ter controle sobre a sigla e suas finanças antes mesmo de derrotar o senador Bernie Sanders na corrida para a nomeação presidencial.
“Está todo mundo perguntando por que o Departamento de Justiça (e o FBI) não estão vasculhando toda a desonestidade rolando entre a ‘Hillary Desonesta’ e os democratas”, escreveu Trump antes de fazer menção à entrevista de Warren. Em outro tuíte, o mandatário americano diz que “Hillary roubou as primárias democratas do Bernie Louco!”.
Não é a primeira vez que o presidente americano se refere à democrata como “Pocahontas”. Em junho de 2016, antes das eleições presidenciais americanas, em um programa da rede Fox News Trump ironizou o desaforo e disse que se arrependia de ter chamado a senadora dessa forma. “Acho que é um tremendo insulto à Pocahontas, então, Pocahontas, eu gostaria de pedir desculpas a você”, disse o então candidato republicano diante das câmeras.
Warren, representante do estado de Massachusetts no Senado, alega ter descendência das tribos nativas americanas Cherokke e Delaware, mas nunca apresentou documentos para comprovar suas origens. Em 2012, durante campanha eleitoral, a senadora foi acusada por seu então rival republicano, Scott Brown, de usufruir de seus laços históricos para obter vantagens para concorrer a empregos nas faculdades de direito das universidades de Harvard e da Pensilvânia, segundo informa o jornal britânico The Independent.
Em resposta às ofensas de Trump, Warren disse “entender o desespero” de Trump em “mudar de assunto”. “Você pode pensar que seus tuítes são uma graça, mas eles não irão impedir a investigação de Mueller ou manter seu pessoal fora da prisão”, escreveu a democrata em referência às investigações conduzidas pelo procurador Robert Mueller sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e a prisão de ex-membros da campanha presicial de Trump.
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