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Eleições em Portugal marcarão ascensão da extrema direita, diz pesquisa

Pesquisa do Ipespe indica crescimento do ultradireitista Chega, com 20% das intenções de voto, em relação à última ida às urnas, em 2022

Por Paula Freitas 26 fev 2024, 10h50

As eleições legislativas em Portugal, previstas para março, serão marcadas pelo avanço da extrema direita, revelou uma sondagem do Instituto de Pesquisas Sociais, Politicas e Econômicas (Ipespe), contratada pela emissora CNN Portugal. A pesquisa foi divulgada na última sexta-feira, 23, e aponta para ascensão do partido ultradireitista Chega, com 20% das intenções de voto, em comparação à última ida às urnas, em 2022, quando arrematou 7,3%.

Embora em crescimento progressivo, 70% dos entrevistados dizem que “jamais” votariam em André Mendonça, líder do Chega, para o cargo de primeiro-ministro. Ele permanece, então, atrás de candidatos da Aliança Democrática (AD) – coalizão que engloba Partido Social Democrata (PSD), Partido Popular (CDS) e Partido Popular Monárquico (PPM) – e do Partido Socialista (PS).

O levantamento do Ipespe sugere um empate técnico entre os dois, com 28% das intenções em caso de distribuição proporcional dos indecisos. Os pesquisadores, no entanto, alertam que os indecisos não necessariamente têm opiniões iguais aos dos eleitores decididos.

Frente à sinuca eleitoral, o líder do conservador PSD (centro-direita), Luís Montenegro, disse que estava confiante em uma “grande vitória” da aliança tripartidária. Ele deu início à campanha neste domingo, 25, na cidade de Bragança. Em contrapartida, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou em um mercado próximo ao Porto que o seu partido tem “uma relação de proximidade e confiança” com os eleitores e está “focado numa vitória que trave o avanço da direita”.

+ Chefe do Parlamento português a VEJA: ‘Impossível’ extrema direita vencer

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Corrupção e crise habitacional

As eleições foram convocadas após a renúncia ruidosa do primeiro-ministro António Costa, em novembro do ano passado, após ser alvo de uma megaoperação sobre um suposto esquema irregular de exploração de lítio e de hidrogênio verde. Ele teria atuado para permitir operações irregulares, alegaram os suspeitos de participação no crime.

Nas últimas semanas, um tribunal de Lisboa também decidiu que um antigo primeiro-ministro socialista, José Sócrates, deveria ser julgado por alegações de que embolsou cerca de 34 milhões de euros (29 milhões de libras) durante o seu mandato por corrupção e fraude.

Em meio aos escândalos, os socialistas também precisarão lidar com o descontentamento da população devido à crise habitacional, aos baixos níveis salariais e às extensas filas no serviço de saúde público português. A insatisfação resvala, ainda, para os conservadores da AD, que serão instados pelos eleitores dar conta do problema e resolvê-lo rapidamente caso alcancem o poder.

Mas há quem enxergue no caos uma oportunidade de formar raízes. Dono de propostas polêmicas, como o fim das “cirurgias de mudança de sexo pagas pelos contribuintes” e a castração química de pedófilos, o Chega tornou a luta contra a corrupção um dos seus principais lemas. Em um dos outdoors de campanha, os ultradireitistas defendem que “Portugal precisa de uma limpeza”. Eles também levantam bandeiras anti-imigração e se colocam como a “verdadeira alternativa ao socialismo”.

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Em entrevista a VEJA na última semana, Augusto Santos Silva, presidente do Parlamento português, contrapôs que “é impossível que a extrema direita chegue ao poder”, apesar de ter reconhecido que há um risco real de uma aliança entre o PSD e o Chega, o que colocaria os interesses ultraconservadores em voga na agenda política de Montenegro, caso saia vencedor da disputa com o PS.

+ Pesquisas mostram avanço da extrema direita em eleição de Portugal

Sondagens anteriores

Em pesquisas divulgadas no início do mês, o Chega já ocupava o terceiro lugar. Mas as sondagens, realizadas pelo Universidade Católica, para o jornal Público e a emissora RTP, e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), para o Expresso e a emissora SIC, divergiam sobre quem ocupava o almejado topo do pódio eleitoral.

Para a Universidade Católica, a AD arremata o pódio, com 32% das intenções de voto. O Partido Socialista não parece comer poeira, com 28%. Como a margem de erro é de 2,8%, o resultado não é certeiro e cai no campo do empate técnico. Já para o ISCTE, os esquerdistas lideram com pouca vantagem, 29%, contra a união de direita, 27%. Por lá, a margem de erro é de 3,5%, ou seja, também aponta para um empate técnico.

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