Quase dois terços dos americanos acreditam que a tortura pode ser justificada para extrair informações de suspeitos de terrorismo, mostrou uma pesquisa da Reuters/Ipsos. Esse nível de apoio é similar ao visto em países como Nigéria, onde ataques terroristas são frequentes.
A pesquisa reflete um público americano preocupado após o massacre de 14 pessoas em dezembro em San Bernardino e os recentes ataques de grande escala na Europa, incluindo o ataque reivindicado pelo Estado Islâmico na semana passada que deixou 35 mortos na Bélgica.
Donald Trump, principal pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, conseguiu introduzir em sua campanha eleitoral a questão sobre o uso de tortura contra suspeitos de terrorismo. O magnata disse que vai tentar reverter a proibição, introduzida pelo presidente Barack Obama, da técnica de waterboarding, que simula afogamento e que, segundo grupos de direitos humanos, é ilegal sob o as Convenções de Genebra.
Leia também:
UE discute como reforçar a segurança nos 800 aeroportos do bloco
Gabinete e residência de premiê belga eram alvos de ataques
‘Charlie Hebdo’ provoca controvérsia com capa sobre atentados de Bruxelas
A postura de Trump atraiu críticas de organizações de direitos humanos, entidades mundiais e rivais políticos. Mas o resultado da pesquisa sugere que muitos americanos são alinhados ao republicano na questão, embora a pesquisa não tenha perguntado aos entrevistados o que pode ser considerado tortura.
A pesquisa online de 22 a 28 de março perguntou aos entrevistados se tortura pode ser justificada “contra supostos terroristas para obter informações sobre terrorismo”. Cerca de 25% responderam que “geralmente” é justificável, enquanto outros 38% disseram que “às vezes” pode ser. Somente 15% responderam que tortura nunca deve ser usada.
Republicanos foram mais receptivos à ideia de tortura para obter informações do que democratas: 82% dos republicanos disseram que tortura é “geralmente” ou “às vezes” justificável, comparado a 53% dos democratas. Cerca de dois terços dos entrevistados também disseram esperar um ataque terrorista em solo americano nos próximos seis meses.
(Com agência Reuters)