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Desaprovação do novo presidente do Peru cresce 25 pontos em três meses

Martín Vizcarra culpa as instituições públicas pela sua dificuldade em governar; dois ministros já renunciaram

Por Da Redação
Atualizado em 7 jun 2018, 15h16 - Publicado em 7 jun 2018, 15h13
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  • Em menos de três meses de governo, o presidente peruano, Martín Vizcarra, viu sua desaprovação aumentar 25 pontos, conforme a mais recente pesquisa de opinião pública da consultoria Pulso Peru. O indicador alcançou 44% em junho. Sua aprovação despencou 10 pontos e, hoje, está em 45%.

    O resultado da pesquisa da Pulso Peru, realizada entre os dias 1º a 5 de junho com 1.200 entrevistados, foi publicado hoje (7) pelo jornal peruano Gestión. Vizcarra sucedeu no final de março o então presidente Pedro Pablo Kuczynski, que renunciara por causa de seu envolvimento em dois escândalos de corrupção: um relacionado aos negócios de seu governo com a construtora brasileira Odebrecht e outro, à compra devotos de legisladores para evitar seu impeachment.

    Vizcarra assumiu um dos raros países da América Latina que vêm registrado taxas positivas de crescimento econômico nos últimos anos, mas que enfrenta altos níveis de concentração de renda e de desigualdade social. Parte do Peru foi devastada pelas inundações do ano passado, que causaram danos a mais de 1 milhão de pessoas e provocaram mais de cem mortes.

    Em abril passado, segundo a Pulso Peru, Vizcarra tinha 55% de aprovação e 19% de desaprovação. Os indecisos representavam 27% dos entrevistados. Mas boa parte deles se posicionou na consulta de  junho, quando esse grupo caiu para 11%.

    Entre os segmentos das classes mais baixas, com maior densidade populacional, a desaprovação de Vizcarra foi mais acentuada. Na classe C, passou de 23%, em abril, para 45%. Na D, saltou de 22% para 45%. Na classe E, foi de 22% para 48%. No topo da pirâmide – classes A e B – o aumento foi de 13% para 39%.

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    A pesquisa constatou desaprovação de 66% no sul do país, a região onde houve protestos mais acirrados contra a decisão do governo de aumentar a alíquota do Imposto Seletivo ao Consumo. De abril para maio, o total de manifestações no sul do país cresceu de 117 para 187, informou o Gestión com base em dados da Defensoria do Povo.

    O próprio Martín Vizcarra, segundo o Gestión, tem admitido dificuldades para governar. Mas responsabiliza as instituições públicas, a quem acusa de não querer mudar de orientação. Dois ministros já renunciaram a seus cargos. David Tuesta renunciou ao Ministério de Economia e Finanças neste mês e e, hoje, foi substituído pelo economista Carlos Oliva Neyra.  Miguel Córdova renunciara em 24 de maio ao Ministério da Produção. Foi sucedido por Raúl Pérez-Reyes.

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