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Derrotado, líder do Partido Trabalhista apoia novo referendo do Brexit

Theresa May admite possibilidade de uma prorrogação da data de retirada definitiva do reino Unido da União Europeia, marcada para 29 de março

Por Da Redação
28 fev 2019, 16h34

Depois de outra derrota do seu plano alternativo para o Brexit, o líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, voltou a afirmar que a oposição apoiará um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. O parlamentar deixou claro que continuará propondo aos seus colegas “outras opções disponíveis”, que incluem uma eleição geral.

“Após as votações desta noite no Parlamento, continuaremos a pressionar por um futuro relacionamento econômico baseado no nosso plano alternativo crível ou em uma eleição geral”, disse Corbyn. “Também apoiaremos uma nova votação pública para evitar um Brexit prejudicial feito pelos conservadores ou uma falta de acordo desastrosa”, completou o político.

John McDonnell, número dois do partido, detalhou que eles irão registrar a emenda para o novo referendo quando o acordo da primeira-ministra Theresa May for novamente colocado para aprovação do Parlamento, o que deve acontecer até o próximo dia 12 de março. Ele ainda reiterou à ITV que, sob os termos atuais, votará pela permanência no bloco econômico.

Os trabalhistas, principal força oposicionista, manifestam há tempos seu interesse por uma nova consulta popular sobre o Brexit. Mas Corbyn, que votou contra a filiação em 1975 mas apoiou com relutância a permanência na União Europeia em 2016, nunca deixou claro qual seria a pergunta proposta no segundo referendo.

Em uma segunda análise, as propostas de Corbyn para o Brexit, que incluíam uma união aduaneira com a União Europeia, foram rejeitadas por 323 votos contra e 240 a favor, uma margem maior do que na última votação. Na segunda-feira 25, ele já havia dito aos seus colegas que iria pedir uma nova consulta pública se fosse derrotado, depois de resistir por um tempo aos pedidos dos trabalhistas que são a favor do bloco.

Recentemente, alguns parlamentares resistentes passaram a apoiar a estratégia de May, depois de uma série de concessões da premiê. Mas, apesar do aparente avanço, na quarta-feira 27 ela enfrentou uma rebelião dentro de seu próprio partido, o Conservador. Vinte de seus aliados votaram contra medidas apoiadas pelo governo, que propunham o adiamento da saída da União Europeia no dia 29 de março caso não haja um acordo até lá.

Líderes do European Research Group (ERG), a principal aliança conservadora pró-Brexit, manifestaram repúdio a um possível anexo que o procurador-geral, Geoffrey Cox, está negociando para o acordo de May. Esse texto evitaria a necessidade de negociações exteriores e exigem mudanças contundentes no texto central. Entre os críticos da manobra está o ministro do Brexit, Steve Baker.

Jacob Rees-Mogg, líder do ERG, não estava entre os 20 rebeldes mas se absteve nas votações. Apesar disso, ele afirma que discorda daqueles que exigem que mudanças sejam feitas no texto principal do acordo e disse que estaria satisfeito com um apêndice à ele. Enquanto isso, May continua tentando negociar com a União Europeia alterações na cláusula do backstop, sobre a fronteira entre as Irlandas. Autoridades do bloco seguem dizendo que não estão abertas a mais conversas, depois de 17 meses até a conclusão da primeira proposta.

Em artigo no jornal Daily Mail, Rees-Mogg escreveu: “não me importa qual a forma do acordo entre a União Europeia e a Procuradoria da União sobre o backstop, desde que ele termine antes das próximas eleições e tenha o mesmo peso legal que o acordo”, disse o parlamentar, se referindo às garantias de que a cláusula será temporária e não significará uma prisão do Reino Unido ao bloco econômico. 

Faltando 29 dias para o Brexit, os líderes dos dois maiores partidos britânicos vêm mostrando mudanças em sua abordagem do Brexit, enquanto enfrentam a dissidência de aliados para o Grupo Independente, formado por parlamentares infelizes com a condução do acordo feita por ambos os lados.

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Depois de meses dizendo que o Reino Unido precisa sair da União Europeia em 29 de março, Theresa May admitiu na terça-feira 26 a possibilidade de uma prorrogação curta da data de retirada.

A primeira versão do acordo de May foi rejeitada no dia 15 de janeiro, no que foi a maior derrota parlamentar da história britânica moderna. A primeira-ministra ainda enfrentou várias “moções de censura” movidas contra sua liderança no governo. Agora, ela irá submeter um pacto reformulado para nova votação, que estava prevista para a última quarta 27 mas foi adiada para março.

Segundo Downing Street, o adiamento pretende dar mais prazo para negociações com a União Europeia. A premiê prometeu que, caso seu acordo seja novamente reprovado, os parlamentares terão a chance de votar já no dia seguinte para decidir se preferem separar o Reino Unido sem um acordo e, caso rejeitem a opção, ainda podem aprovar a postergação do Brexit.

(com Reuters) 

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