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Deputado russo é condenado a sete anos de prisão por criticar guerra

Esta é a primeira sentença de longa pena sob lei que censura oposição ao Exército; rabino-chefe diz que comando de Putin 'está cada vez mais autoritário'

Por Da Redação
Atualizado em 8 jul 2022, 11h47 - Publicado em 8 jul 2022, 11h32

Um tribunal em Moscou condenou nesta sexta-feira, 8, o deputado russo Alexei Gorinov a sete anos de prisão por criticar as ações militares da Rússia na Ucrânia. A sentença é a primeira a aplicar pena de longo prazo sob a lei que proíbe qualquer oposição à guerra, sancionada pelo presidente Vladimir Putin em março.

+ Putin censura divulgação de ‘informações falsas’ sobre ações da Rússia

Segundo as autoridades russas, Gorinov cometeu crime de espalhar “informações falsas” quando se manifestou contrário a uma proposta do conselho distrital de Krasnoselsky, do qual é membro, de realizar um concurso de desenho infantil e um festival de dança, em meio à guerra na Ucrânia. 

Na ocasião, o deputado teria afirmado que o projeto seria impertinente para o momento, dado que “crianças estavam morrendo” durante o conflito.

“Acredito que todos os esforços da sociedade civil [russa] devem ter como objetivo apenas interromper a guerra e retirar as tropas russas do território da Ucrânia”, disse o político durante a reunião do conselho. A declaração foi divulgada nas redes sociais.

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As acusações contra Gorinov se enquadram em uma série de novas leis que foram introduzidas desde o início da invasão russa. Em março, Putin sancionou legislações que impõem até 15 anos de prisão para quem manifestar qualquer oposição às ações do país no exterior, o que seria considerado “informação falsa” segundo o Kremlin.

A medida também proíbe que veículos de imprensa usem termos como “guerra” e “invasão” para classificar o conflito na Ucrânia, que o governo chama de “operação militar especial”.

+ Rússia censura imprensa e proíbe expressões como ‘guerra’ e ‘invasão’

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A longa sentença de Gorinov provocou temores entre grupos de direitos humanos de que o caso abra um precedente para uma série de decisões contra réus que aguardam julgamento.

Pelo menos 50 pessoas enfrentam processos judiciais no país por “divulgar informações falsas” sobre os militares russos, enquanto cerca de 2.000 pessoas receberam multas por criticar a guerra, de acordo com um grupo de direitos humanos que acompanha os casos na Rússia.

Paralelamente, o rabino-chefe de Moscou Pinchas Goldschmidt, emitiu um comunicado nesta sexta-feira, renunciando ao cargo por ser contrário ao conflito.

“Não pude ficar calado diante de tanto sofrimento humano, fui ajudar os refugiados no Leste Europeu e me manifestei contra a guerra. Apesar de me reeleger para o cargo de rabino-chefe no mês passado, ficou claro que a comunidade judaica de Moscou estaria em perigo se eu permanecesse em minha posição”, declarou o sacerdote.

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Goldschmidt, que também preside a Conferência dos Rabinos Europeus, assumiu o cargo há 33 anos, desde o colapso da União Soviética, e observou que a Rússia está “cada vez mais autoritária” sob o comando de Putin.

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