Demolição de igreja na China causa temor de perseguição religiosa
É o segundo templo derrubado em menos de um mês
A demolição de mais uma igreja no norte da China acentuou o temor de uma possível perseguição aos cristãos por parte do governo. É o segundo templo destruído em menos de mês.
A igreja Golden Lampstand ficava em Linfen, cidade localizada na província de Shanxi. De acordo com testemunhas e o pastor da igreja, que conversaram com o jornal britânico The Guardian, a construção foi derrubada com uma série de explosivos no último domingo. Após a demolição do prédio, a equipe destruiu as peças restantes.
A Golden Lampstand foi construída há mais de um século e custou um total de 17 milhões de yuan (8,4 milhões de reais) na época. Há menos de um mês, uma igreja católica erguida 20 anos atrás também foi demolida na província vizinha de Shaanxi.
Na teoria, a China possui liberdade religiosa. A prática, porém, é fortemente controlada pelo governo, o que levou ao surgimento de igrejas informais nas casas. Com frequência, pastores são presos, e construções, derrubadas.
Desde 2013, a perseguição tem crescido no país, com as autoridades reprimindo as igrejas da província de Zhejiang, onde mais de 1.200 cruzes foram removidas.
Segundo um relatório sobre liberdade de expressão do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o governo chinês tem “abusado fisicamente, detido, torturado, sentenciado a prisão e assediado adeptos de grupos religiosos registrados e não registrados por atividades relacionadas às suas crenças e práticas religiosas”.
Em 2017, o governo chinês fez uma revisão da lei que regulamenta os grupos religiosos, a primeira desde 2015, com o aumento do controle sobre os locais de culto, limites à construção de estátuas fora dos templos religiosos e imposição de uma multa de 300.000 yuan (149.000 reais) para quem realizasse atividades religiosas não autorizadas.