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Crise imobiliária na China: boicote a hipotecas ultrapassa US$145 bilhões

Centenas de proprietários insatisfeitos deixaram de quitar financiamentos após projetos de construção de novos imóveis serem interrompidos

Por Da Redação 10 ago 2022, 13h20
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  • Centenas de proprietários de imóveis na China pararam de pagar suas hipotecas após construtoras interromperem as obras em cerca de 320 projetos em todo o país. Segundo a S&P Global, empresa norte-americana de análise financeira, o boicote aos financiamentos podem totalizar US$ 145 bilhões (R$ 733 bilhões), enquanto outros analistas afirmam que os números podem ser ainda maiores.

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    Ao contrário da crise imobiliária que assolou os Estados Unidos em 2007, os donos de imóveis chineses possuem verba para quitar as hipotecas, mas estão optando por não fazê-lo.

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    “A construção para, a hipoteca para. Entregue casas e seja reembolsado!”, disse um dos compradores insatisfeitos com a obra inacabada de suas residências em um protesto em junho.

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    Eles compraram casas em cerca de 320 projetos em todo o país, de acordo com uma estimativa da plataforma de informação colaborativa Github, onde os proprietários têm postado detalhes sobre a decisão de cessar os pagamentos. Ainda não está claro quantos aderiram de fato ao boicote.

    A revolta contra o setor imobiliário está abalando um dos principais pilares da segunda maior economia do mundo e tem preocupando as autoridades chinesas, já pressionadas pela desaceleração na economia nacional.

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    O setor imobiliário da China representa um terço de sua produção econômica. Isso inclui casas, aluguel e serviços de corretagem, indústrias de eletrodomésticos e materiais de construção.

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    Contudo, a economia nacional cresceu apenas 0,4% em relação ao ano anterior e especialistas lançaram expectativas pessimistas para 2022.

    A tendência de retração se deve em grande parte à estratégia de “Covid zero” adotada por Pequim. Durante praticamente toda a pandemia, o governo impôs rígidas e contínuas restrições à circulação da população que afetaram o funcionamento da indústria e do comércio no país.

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    + China arrisca recessão (e afetar a economia mundial) devido a lockdowns

    As vendas nas 100 maiores incorporadoras imobiliárias da China caíram 39,7% em julho em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a China Real Estate Information Corp (CRIC).

    Trinta empresas do ramo no país já declararam um aumento substancial em suas dívidas externas. A Evergrande, uma das gigantes do mercado imobiliário, deu calote de US$ 300 bilhões (R$ 1,5 trilhão) no ano passado. Especialistas indicam que mais empresas poderão seguir o exemplo caso as vendas não aumentem.

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    Contudo, a demanda por casas dificilmente irá crescer pois com muitos chineses jovens e de classe média sem interesse em investir em imóveis, provavelmente por causa de uma economia fraca, perda de empregos e cortes salariais.

    O governo tem tentado suprir a crise oferecendo incentivos para desenvolvedores de imóveis e compradores. De acordo com o jornal britânico Financial Times, a China liberou US$ 148 bilhões (R$ 747 bilhões) em empréstimos para ajudar promotores imobiliários.

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    No entanto, analistas estimam que as construtoras precisariam do triplo da verba fornecida pelo Estado para concluir projetos interrompidos.

    “O governo está fazendo o possível para encontrar novas fontes de crescimento, mas isso será um desafio porque a economia depende muito de propriedades, investimentos em infraestrutura e exportações nas últimas três décadas”, disse à BBC Julian Evans-Pritchard, especialista da empresa britânica de pesquisa econômica Capital Economics.

    Segundo o economista, a era de crescimento veloz do país está chegando ao fim, e os impactos na segunda maior economia do mundo deverão afetar o sistema financeiro global.

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