Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

A má notícia da economia chinesa para o Brasil

Desaceleração da economia chinesa impacta o globo, sobretudo os países com os quais tem maior relação comercial

Por Renan Monteiro Atualizado em 15 jul 2022, 14h51 - Publicado em 15 jul 2022, 11h22

A persistência da Covid-19 na segunda maior economia do mundo apresentou efeitos práticos nesta sexta-feira, 15. O Departamento Nacional de Estatísticas da China anunciou o ínfimo crescimento econômico de 0,4% no segundo trimestre, quando a expectativa era perto de 1%. Foi uma queda abrupta de ritmo em comparação aos 4,8% no primeiro trimestre e o pior resultado desde os primeiros três meses de 2020, nos estágios iniciais da pandemia e com um intenso cenário de incertezas. 

O indicador divulgado hoje respinga fortemente na economia global, dependente da produção das fábricas e mesmo do grau de consumo dos cidadãos chineses. “Na China e na Ásia, com a qual em geral é bem interconectada, existe uma grande produção de chips, componentes e produtos que são insumos industriais e de serviços para o mundo todo, inclusive o Brasil. Então, há redução dessa produção exportada”, avalia Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional de Instituições de Crédito Financiamento e Investimento, a Acrefi.

Além disso, a China é um grande importador do Brasil em commodities. Com a desaceleração da segunda economia do mundo, o Brasil pode sofrer forte redução do nível de exportações no médio prazo e prejudicar a agricultura, por exemplo, um setor que tem trazido bons resultados para o país nos últimos anos. 

Especificamente no contexto interno da China, um complicador está na realização do 20º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCCh), marcado para outubro de 2022. Projetar estabilidade promete ser o ponto-chave para este importante evento político. Com a política de Covid Zero, as autoridades chinesas impuseram lockdowns totais ou parciais em grandes centros industriais do país em março e abril, incluindo Xangai, e mais recentemente novos bloqueios foram anunciados em cidades de menor porte. Com isso, gerou-se instabilidade econômica e social. Além disso, queda do consumo, um setor imobiliário em recuperação lenta e desemprego ainda elevado para os padrões do país pressionam o Partido Comunista ao tentar manter os bloqueios sanitários. 

A taxa de desemprego nacional saiu de 5,9% em maio para 5,5% em junho. Por faixa etária, o desemprego entre jovens chineses atingiu um recorde de 19,3% em junho, que já era alto em maio, em 18,4%. “Agora, é olhar para o terceiro trimestre. O governo vem anunciando forte estímulo para uma recuperação robusta da produção e do investimento. Pequim já falou da liberação de um pacote bilionário para amparar a infraestrutura, por exemplo”, diz Camila Abdelmalack economista-chefe da Veedha Investimentos, que menciona os novos surtos da pandemia em julho como dificultadores do plano de recuperação da economia do país.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.