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Itália pode ter 10 vezes mais casos de coronavírus do que o registrado

Número de casos não diagnosticados podem explicar o porquê a taxa de mortalidade no país é de 9%, contra 3% no mundo

Por Da Redação
Atualizado em 24 mar 2020, 12h51 - Publicado em 24 mar 2020, 12h24

A Itália pode ter 10 vezes mais casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, do que os 63.927 pacientes já diagnosticados com o vírus, disse nesta terça-feira, 24, Angelo Borrelli, chefe da Proteção Civil do país, ao jornal La Repubblica.

“Para cada caso oficialmente certificado como positivo, há mais dez não certificados”, afirmou. O número, se confirmado, poderá explicar o porquê da Itália ser o país com a maior taxa de mortalidade da doença. Cerca de 9% dos infectados no país morrem, enquanto no mundo esse valor não passa dos 3%. No total, 6.077 italianos morreram devido ao coronavírus.

O alto índice de mortalidade na Itália também está ligado ao colapso do sistema de saúde. Os hospitais possuem 7.000 leitos de UTI equipados com respiradores artificiais em todo o país. Para tentar aliviar a pressão, o governo começou a converter hotéis em hospitais e incumbiu o Exército do recolhimento e translado de corpos para crematórios e cemitérios porque os serviços funerários não estão mais dando conta da demanda.

Com o avanço da doença, os profissionais da área da saúde também começam a ser afetados pelo vírus. Segundo a imprensa italiana, cerca de 10% dos pacientes são médicos, enfermeiros e motoristas de ambulâncias.

Apesar da diminuição do número de mortos pelo segundo dia consecutivo, Borrelli se diz cauteloso. “Nas próximas horas entenderemos se a curva de crescimento está realmente achatando”, afirmou. O país registrou 793 mortes no sábado 21, mas na segunda-feira 23 o montante diminuiu para 601 vítimas.

A pandemia do novo coronavírus já atingiu 160 países, infectando 350.536 e matando 15.328, segundo a Johns Hopkins University. O pior cenário é o italiano, que supera o total de óbitos pelo vírus na China (3.281), onde a doença se originou em dezembro de 2019. O segundo pior é na Espanha, com 39.673 casos e 2.696 mortes.

No Brasil, foram contabilizadas 1.891 infecções e 34 mortes, a maioria no estado de São Paulo.

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