Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Números comparam evolução do coronavírus no Brasil, na Itália e no mundo

O país europeu bate recordes diários de mortes confirmadas. Para evitar um colapso aqui também, o Brasil corre para adotar medidas preventivas

Por Da redação
Atualizado em 19 mar 2020, 18h38 - Publicado em 19 mar 2020, 18h17

O constante e exponencial aumento no número de casos confirmados de coronavírus no Brasil preocupa, principalmente quando vemos o exemplo da Itália. O país europeu teve os dois primeiros casos da doença diagnosticados no dia 30 de janeiro, em um casal de turistas chineses. Dezoito dias depois, foi detectada a primeira transmissão local no país e menos de um mês após a notificação dos primeiros casos, em 24 de fevereiro, já eram 224 casos. Daí em diante, a escalada foi colossal. Nesta quinta-feira 19, pouco mais de um mês e meio do início da epidemia, o país já tem 41.035 casos e 3.405 mortes, ultrapassando até mesmo a China.

No Brasil, o primeiro caso importado da doença foi confirmado no dia 26 de fevereiro. Na quarta-feira 18, vinte dias após o diagnóstico deste paciente, o país tinha 428 casos confirmados, 11.278 pacientes em investigação por suspeita da doença e quatro óbitos registrados. Embora na linha temporal o Brasil esteja à frente da Itália em número de casos – no 20º dia, o país europeu tinha apenas três casos confirmados -, a adoção de medidas preventivas para conter a expansão da epidemia acontecem aqui com maior antecedência que lá.

Diversos estados brasileiros, mas principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, primeiros a apresentar transmissão comunitária da doença, implementaram medidas para promover o distanciamento social (fazer com que as pessoas mantenham o máximo de distância umas das outras). Escolas e universidades suspenderam as aulas, shoppings, lojas e academias fecharam, empresas adotaram sistema de home office ou rodízio de turnos, igrejas e templos realizam missas e cultos ao ar livre, entre outras.

Todas essas medidas são importantes para reduzir a circulação do vírus no país e fazer com que a epidemia perca força ou, no mínimo, se espalhe mais lentamente. A estratégia é chamada “achatar a curva” e é fundamental para que o sistema de saúde não fique sobrecarregado e consiga atender com eficácia todos os pacientes graves, que precisam de internação ou unidade de terapia intensiva (UTI).

Para se ter uma ideia, a Itália chegou nesse ponto de calamidade pública, com um número de mortes superior ao da China, justamente porque relutou em adotar tais medidas, alguns governantes duvidaram da capacidade de transmissão do vírus e houve falhas na detecção de casos suspeitos por unidades de saúde. Medidas de isolamento e distanciamento social só foram adotadas em larga escala no país quando o vírus já havia adoecido milhares de pessoas, principalmente idosos – grupo que corre maior risco de morte pela doença.

Continua após a publicidade

Leia também:
Por que a hipertensão aumenta o risco de complicações do coronavírus?

A demora na resposta exigiu a adoção de medidas extremamente rígidas, semelhantes às adotadas na região de Wuhan, na China, epicentro da doença. Há semanas, a população italiana vive em rigorosa quarentena. As pessoas não podem se deslocar para outras cidades e até mesmo movimentações internas são controladas pelo governo.

Nem isso foi suficiente para aplacar a epidemia. A sobrecarga nos hospitais chegou ao ponto de médicos precisarem escolher quais pacientes serão internados e quais ficarão à própria sorte, porque não há leitos suficientes para todos. “Além da Itália ter a população mais velha da Europa, o país não tomou nenhuma medida de contenção. A alta taxa de mortalidade é resultado da associação desses fatores, que acabaram sobrecarregando o sistema de saúde”, explica o infectologista Celso Granato, diretor médico do Grupo Fleury.

Nesse cenário, a adoção de ações de distanciamento social quando o país tem “apenas” 621 casos confirmados é mais que justificada. O número pode parecer baixo, em comparação com outros países, mas é um aumento de 706% em apenas uma semana.

Continua após a publicidade

Esse crescimento exponencial é esperado em epidemias causadas por vírus novos. Mas com bom senso e trabalho em conjunto, é possível fazer com que isso ocorra mais lentamente. Nesse sentido, o exemplo do país europeu serviu de alerta para o resto do mundo, inclusive para o Brasil, que a cada dia reforça ações de prevenção e recomenda distanciamento social para evitar que por aqui se repita o ocorrido na Itália. Outros países, como Alemanha, Estados Unidos, Espanha e Portugal também correm contra o tempo para tentar frear a epidemia e reduzir a velocidade de crescimento da doença.

Como acabar com uma epidemia

A única forma de combater uma epidemia viral é esgotar a capacidade de transmissão do vírus. Isso pode acontecer naturalmente, à medida que as pessoas contraem a doença e depois de recuperadas se tornam imunes, ou por meio de medidas de intervenção como vacinas, medicamentos, quarentenas, adoção de formas de prevenção e distanciamento social.

No caso do novo coronavírus, em que não há vacina nem tratamento, restam apenas as medidas de prevenção e isolamento físico para limitar a capacidade de transmissão do vírus e tentar acelerar o fim da epidemia. Acompanhe abaixo, a evolução da curva de crescimento de casos e mortes confirmadas no Brasil, na Itália e no mundo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.