Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Coronavírus: Lojas em shopping terão aluguel suspenso durante fechamento

Negociação entre donos de estabelecimento e centros comerciais também diminuiu em 80% taxa de fundo de propaganda durante a pandemia

Por Felipe Mendes Atualizado em 24 mar 2020, 14h17 - Publicado em 24 mar 2020, 11h04

Os lojistas de shopping centers conseguiram uma vitória nesta segunda-feira, 23. Depois de uma série de reuniões entre a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) e a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), ficou definido a suspensão temporária dos aluguéis durante o período de fechamento dos estabelecimentos, decretado em função da disseminação do novo coronavírus (Covid-19) pelo país. A medida, que é uma recomendação para todo o país, servirá de fôlego para o caixa das varejistas que atuam nos shopping centers e evitará, ao menos num primeiro instante, a demissão em massa de funcionários do setor.

Além do valor do aluguel, uma das taxas que incomodava as empresas era o pagamento do fundo de promoção e propaganda, despesa obrigatória para os lojistas. Ficou definido que haverá um desconto de aproximadamente 80% para esse tipo de despesa operacional. “Pode não ser a negociação ideal para todos os lojistas, já que a maioria deles queria que a isenção total do fundo de promoção, mas a gente entende que foi uma primeira conquista importante”, diz Nabil Sahyoun, presidente da Alshop.

Segundo Glauco Humai, presidente da Abrasce, o intuito da entidade ao abrir mão do recebimento imediato de parte das receitas dos estabelecimentos é fazer com que os lojistas consigam preservar seus funcionários. “Para o fundo de promoção, existem contratos pré-estabelecidos. A isenção total não é uma coisa fácil de se fazer. Sobre o aluguel, nós temos que ter o bom senso de entendermos que não há faturamento para os lojistas nesse período”, comenta. As duas entidades do setor divergem sobre como e quando será a compensação do aluguel do período parado. A Alshop defende a isenção do pagamento de taxas referente aos dias de interrupção no funcionamento das lojas, a Abrasce deseja postergar o recebimento. Não há definição neste momento.

O empresário João Appolinário, dono da rede Polishop, disse a VEJA que não pretende demitir funcionários e aguarda direcionamentos mais claros do governo em relação ao pagamento de salários. “Nós não estamos dispostos a quebrar a nossa equipe. Não sabemos quanto tempo isso irá durar, mas vai passar. Nós temos funcionários com anos de casa, que são muito bem treinados, e não achamos que a solução será demissão”, afirma.

Continua após a publicidade

Um dos pontos ressaltados por Appolinário, no entanto, é o objetivo de utilizar os pontos de venda físicos como uma espécie de pequeno centro de distribuição para maximizar o poder de entrega próximo a lojas. Essa estratégia também é estudada pela Alshop, mas não bastará convencer a Abrasce. O governo também terá um papel importante para liberar os shopping centers nesse caso. Isso porque, diversos estados e municípios vedaram o funcionamento dos centros comerciais. “Estamos estudando, com órgãos do governo, a possibilidade do funcionamento dos estabelecimentos em horário reduzido, para atender a população por cerca de quatro a seis horas por dia”, afirma Sahyoun.

Há um consenso no setor de que, caso a prorrogação do fechamento do comércio seja decretada – os shoppings no Brasil ficarão fora de funcionamento até meados do fim de abril –, milhares de pessoas perderão seus empregos. “Essa primeira restrição atingiu 46% da força de trabalho no comércio varejista. Com duas semanas de fechamento, como foi determinado para o comércio de São Paulo, a maioria das lojas irá quebrar. É preciso que os congressistas assumam a sua parte e venham para a discussão rapidamente”, diz Ivo Dall’Aqcua, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Novas reuniões envolvendo representantes do varejo e do governo serão convocadas, mas o retorno aos trabalhos do setor depende de um controle da epidemia no país, algo que, a julgar pela evolução dos números nos últimos dias, dificilmente acontecerá em duas semanas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.