Dez policiais israelenses ficaram feridos nos enfrentamentos com colonos que tentam evitar a evacuação do assentamento judaico de Amona, construído em propriedade privada no território palestino ocupado da Cisjordânia, em cumprimento de uma ordem do Tribunal Supremo israelense.
Sete famílias deixaram suas casas voluntariamente na manhã desta quarta-feira e a polícia continua negociando com os líderes da comunidade para convencê-los a saírem, afirmou o porta-voz policial Micky Rosenfeld. “Não está sendo uma evacuação pacífica. Atiram pedras, líquido ácido e há oficiais feridos”, acrescentou.
Mais cedo, o governo israelense aprovou a construção de 3.000 novas casas em assentamentos na Cisjordânia. Foi o terceiro anúncio desse tipo desde a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, há doze dias. O republicano promete ser mais favorável aos assentamentos judaicos em território palestino do que seu antecessor, Barack Obama.
Dezenas de jovens que foram ao local nos últimos dois dias para mostrar seu apoio e resistir à expulsão entraram em confronto com a polícia, atearam fogo em pneus e acenderam fogueiras.
Segundo o plano estipulado, a polícia removerá hoje todas as famílias e fechará as casas, que devem ser demolidas nesta quinta-feira.
O exército israelense cerca o perímetro exterior do assentamento, situado ao nordeste de Ramala e onde até hoje moravam 42 famílias de colonos, cerca de 240 pessoas.
Aproximadamente 3.000 soldados das Forças de Segurança participam da operação, enquanto cerca de 2.000 pessoas – a maioria colonos jovens e adolescentes – protestam em Amona contra a evacuação.
Propriedade privada
A colônia está localizada em terrenos de propriedade privada palestina, por isso foi declarada ilegal pela Justiça israelense (a ONU declarou todos os assentamentos em território palestino ilegais) e a Suprema Corte ordenou em 2014 sua evacuação.
Desde então, o governo israelense conseguiu adiamento após adiamento, até que na última terça-feira a corte ordenou que sua sentença fosse cumprida em 48 horas.
O Executivo apresentou uma proposta de realocação em terras próximas, também em território ocupado, e a ONG israelense Yesh Din pediu sua rejeição em nome dos palestinos que reivindicam a propriedade dos terrenos.
(Com EFE)