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Como gari fez uma das descobertas arqueológicas mais importantes da Itália

Segundo especialistas, esculturas fazem arte de uma das maiores e mais antigas coleções encontradas na região da Toscana

Por Da Redação
2 jun 2023, 18h46

Depois de meses de restauração, duas dúzias de estátuas de bronze etruscas e romanas datadas do século III a.C. ao século I d.C. serão expostas neste mês no Palácio do Quirinale, em Roma. As peças, classificadas como parte de uma das descobertas arqueológicas mais importantes da Itália em décadas, foram encontradas graças a Stefano Petrini, um ex-lixeiro aficionado por história e arqueologia.

Quando a descoberta foi anunciada em novembro, especialistas afirmaram que a coleção de estátuas de bronze é uma das maiores e mais antigas já encontradas no território italiano. Segundo eles, as esculturas representam um avanço que “reescreveria a história”.

As peças foram encontradas em 2021 e 2022 na vila de San Casciano dei Bagni, na região da Toscana, no topo de uma colina. O local, que ainda é lar de populares banhos termais, rondava nas suspeitas dos arqueólogos que acreditam que ruínas antigas poderiam ser descobertas. No entanto, as tentativas iniciais de localizar as estátuas não foram bem sucedidas. 

As primeiras escavações começaram em 2019, em um pequeno terreno perto dos banhos públicos da era renascentista da vila. Porém, após semanas, apenas “vestígios de algumas paredes” foram encontradas, informou a prefeita de San Casciano, Agnese Carletti. Foi neste momento que o ex-lixeiro recordou que anos antes tinha visto pedaços de antigas colunas romanas em uma parede do outro lado dos banhos públicos. 

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As colunas só poderiam ser vistas de um jardim abandonado que pertencia a um amigo seu que cultivava frutas e legumes para vender na aldeia e que já tinha morrido há um tempo. No momento que Petrini levou os arqueólogos até lá, os especialistas sabiam que haviam encontrado o local correto. 

O chefe do projeto arqueológico, Emanuele Mariotti, afirmou que sua equipe já estava “desesperada” antes de receber o aviso que os levariam para o santuário no centro do antigo complexo termal. Todas estátuas encontradas ali eram oferendas de romanos e etruscos que procuravam os deuses em busca de boa saúde, assim como moedas e esculturas de partes do corpo, como orelhas e pés.

Entre as descobertas, a mais espetacular foi o bronze do “menino esquelético”, uma estátua de 90 centímetros de altura que representava um jovem romano com uma doença. Vestígios de oferendas incomuns também foram recuperados, incluindo cascas de ovos, pinhas, caroços de pêssegos e ameixas, ferramentas cirúrgicas e uma mecha de cabelo encaracolado de 2.000 anos.

“Isso abre uma janela para como romanos e etruscos experimentaram o nexo entre saúde, religião e espiritualidade”, disse a prefeita da vila . “Existe todo um mundo de significados que precisa ser compreendido e estudado”. 

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O santuário encontrado foi selado no início do século V d.C., logo quando o antigo complexo termal foi abandonado, o que possibilitou que as estátuas fossem preservadas por séculos pela lama quente dos banhos.

No final de junho, a escavação será retomada para que se encontre mais estátuas nos próximos anos. Acredita-se que mais estátuas serão encontradas nos próximos anos, possivelmente até as outras seis ou 12 estátuas que uma inscrição diz terem sido deixadas para trás. 

Após a exposição em Roma, as esculturas e os outros artefatos vão para um museu em San Casciano que deve ser inaugurado nos próximos anos.

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