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Como a Finlândia está ensinando os jovens a não caírem em fake news

País está em primeiro lugar no ranking dos países europeus que possuem maior resiliência contra desinformação

Por Mafê Firpo 12 jan 2023, 18h31

Desde 2016, durante as eleições americanas, a desinformação tornou-se algo recorrente na sociedade. Em uma pesquisa publicada pelo Open Society Institute em Sofia, na Bulgária, a Finlândia foi classificada em primeiro lugar entre 41 países europeus que possuem grande resiliência contra as fake news pela quinta vez consecutiva. Grande parte do sucesso do país se dá pelo esforço conjunto de ensinar os jovens em idade escolar a identificarem notícias falsas. 

O principal método adotado pela Finlândia para combater a desinformação e ensinar aos jovens a identificar fake news foi colocar em seu currículo básico nacional a alfabetização midiática, uma disciplina ensinada desde a pré-escola. Não é raro ver professores trazendo artigos de notícias e vídeos das redes sociais para discutir com seus alunos a veracidade da informação.

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“Só porque é uma coisa boa ou legal não significa que seja verdade ou válido”, disse  a professora da oitava série Saara Martikka ao New York Times. No mês passado, ela mostrou aos seus alunos três vídeos do TikTok para eles discutirem as motivações dos criadores e o efeito que os vídeos tiveram sobre eles.

Depois da Finlândia, os países europeus que mais combatem a desinformação são Noruega, Dinamarca, Estônia, Irlanda e Suécia. Em contrapartida, os países que estão mais vulneráveis à fake news são Albânia, Geórgia, Macedônia do Norte, Kosovo, Bósnia e Herzegovina. A pesquisa foi feita baseada na pontuação para liberdade de imprensa, nível de confiança da sociedade e nível de leitura, ciências e matemática.

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Apesar de Estados Unidos não estarem incluídos na pesquisa, a confiança dos americanos na mídia chegou a quase um nível recorde recentemente. Um estudo da Gallup divulgado em outubro constatou que apenas 34% dos estadunidenses confiavam na mídia para relatar as notícias de forma completa, precisa e justa. Comparado com a Finlândia o número é baixo, já que cerca de 76% da população consideram os jornais impressos e digitais confiáveis, de acordo com uma pesquisa feita em agosto conduzida pela IRO Research, uma empresa de pesquisa de mercado. 

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No entanto, o país nórdico tem sua vantagem quando se fala sobre combate à desinformação; o sistema de ensino é público e está entre os melhores do mundo, a faculdade é gratuita, os professores são respeitados, a população tem confiança no governo e o país foi um dos menos afetados pela pandemia do coronavírus. 

Outro ponto que coloca a Finlândia em posição favorável é que poucos falam o idioma, cerca de 5,4 milhões de pessoas. Assim, os artigos que possuem conteúdo falso e que são escritos por não nativos normalmente podem ser identificados por erros gramaticais. 

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Apesar de os professores finlandeses serem obrigados a ensinar alfabetização midiática, eles têm a liberdade de escolher como vão realizar as aulas. Martikka, por exemplo, afirmou que já colocou seus alunos para editar fotos e vídeos no intuito de mostrar como é fácil manipular as informações.

Mesmo que o governo finlandês entenda que os jovens são o grupo mais fácil de se alcançar, há também investimentos para ensinar os mais velhos a identificar notícias falsas online. Para isso, o país tem utilizado bibliotecas para criar centros de estudos para essas pessoas. 

Independentemente da faixa etária, criar aulas eficazes também pode ser um desafio. Para professores de qualquer faixa etária, criar aulas eficazes pode ser um desafio. “É muito mais fácil falar sobre literatura, do que estudamos há centenas de anos”, comentou a professora do ensino fundamental e médio em Helsinque, Mari Uusitalo, ao New York Times

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