China repreende G7 por dizer que Pequim busca pretexto para agressividade
G7 alertou Pequim para não usar a visita de Nancy Pelosi a Taiwan como 'pretexto para atividade militar agressiva no Estreito de Taiwan'
A China repreendeu ministros das Relações Exteriores do Grupo dos Sete (G7) nesta quinta-feira, 4, por dizer a Pequim para não usar a visita da líder da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan como “pretexto para atividade militar agressiva no Estreito de Taiwan“.
A visita de Pelosi a Taiwan, no início desta semana, foi seguida por uma onda de exercícios militares, com disparos reais, nas águas ao redor da ilha autônoma, que Pequim considera seu território soberano.
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Uma declaração conjunta dos ministros das Relações Exteriores do G7 alertou que a resposta desproporcional da China arrisca aumentar as tensões e desestabilizar a região, e afirmou que é rotina para os legisladores de seus países fazerem viagens internacionais.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, rejeitou a declaração e repreendeu o G7 por ignorar a provocação que veio do lado dos Estados Unidos.
“[O G7] critica sem fundamento a China por tomar tais medidas, que são medidas razoáveis e legítimas para salvaguardar sua soberania e integridade territorial”, disse Wang em comunicado divulgado por seu ministério.
“De onde eles receberam tal prerrogativa? A quem lhes deu tal qualificação? Para resguardar os direitos do infrator e acusar os defensores – inexplicável!”
A declaração do G7 despertou “grande indignação” entre o povo chinês, disse ele.
“A China de hoje não é mais a China do século 19. A história não deve se repetir e nunca se repetirá!”, afirmou Wang.
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Devido à declaração do G7, do qual o Japão faz parte, a China cancelou uma reunião entre Wang e seu colega japonês, Yoshimasa Hayashi, à margem dos eventos da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no Camboja.
Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, declarou que se outras nações do G7 seguirem os passos dos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan, isso significa que eles próprios não têm independência em sua diplomacia e políticas.
“[Nações do G7] devem aderir ao consenso alcançado pela China sobre a política de ‘Uma Só China’, pois esta é a premissa política mais importante e a base para as relações da China com eles”, disse Hua.