Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

‘Aqueles que brincam com fogo perecerão’, diz Xi a Biden sobre Taiwan

Segundo Pequim, presidente chinês enfatizou reivindicação sobre a ilha durante conversa de cerca de duas horas com presidente americano

Por Matheus Deccache 28 jul 2022, 17h23

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, tiveram uma conversa por telefone de mais de duas horas nesta quinta-feira, 28, a respeito do futuro de seu relacionamento complicado, principalmente devido a Taiwan, que surge mais uma vez como fator fundamental para o aumento das tensões entre os país. 

De acordo com a descrição da conversa divulgada por Pequim, Xi enfatizou a reivindicação da China sobre a ilha, que não tem a independência reconhecia por Pequim e é vista como uma “província rebelde”. A Casa Branca não divulgou a sua própria leitura da ligação. 

+ China ameaça tomar ‘medida severas’ se autoridade dos EUA visitar Taiwan

“Aqueles que brincam com fogo perecerão com ele. Espera-se que os Estados Unidos tenham uma visão clara sobre isso”, disse o Ministério das Relações Exteriores chinês em nota. 

Apesar do governo democrático local, Pequim deseja reanexar Taiwan, uma posição que os Estados Unidos consideram inaceitável.

Apesar de não contestarem a soberania reivindicada por Pequim em relação a Taiwan, e não manterem relações diplomáticas formais com a ilha, os Estados Unidos seguem um posicionamento definido como “ambiguidade estratégica”, no qual têm acordo de fornecimento de armas e assistência à ilha e se dizem comprometidos a garantir que ela possa se defender.

Continua após a publicidade

A ligação ocorre em um momento em que Biden pretende encontrar novas maneiras de trabalhar com a China para conseguir conter sua influência em todo o mundo. As perspectivas divergentes sobre saúde global, política econômica e direitos humanos, além da recusa dos chineses em se alinhar com Washington e condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia são fatores que deterioram ainda mais a relação entre as duas potências. 

O ponto de pressão mais recente foi a possível visita da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, a Taiwan, que recebe apoio defensivo informal dos Estados Unidos, mas que a China considera parte de seu território. Em resposta, Pequim disse que veria tal viagem como uma provocação e uma ameaça que as autoridades americanas estão levando com maior seriedade à luz da incursão da Rússia na Ucrânia.

“Se Washington insistir em seguir seu próprio caminho e desafiar os resultados da China, certamente serão recebidos com respostas vigorosas. Todas as consequências resultantes serão suportadas por eles”, disse o porta-voz do Ministério, Zhao Lijian, a repórteres no início desta semana.

Caso a viagem aconteça, Pelosi se tornará a autoridade eleita americana de mais alto escalão a viajar para Taiwan desde Newt Gingrich, republicano e presidente da Câmara, em 1997. No entanto, Biden disse a repórteres na última semana que oficiais militares acreditavam “não ser uma boa ideia” a visita da democrata neste momento.

O porta-voz de segurança nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse na última quarta-feira, 27, que era importante que os presidentes mantenham um contato de maneira regular.

Continua após a publicidade

“O presidente quer garantir que as linhas de comunicação com o presidente Xi permaneçam abertas. Há questões em que podemos cooperar com a China e há questões em que obviamente há atrito e tensão”, disse ele. 

+ China exige que EUA cancelem venda de armas para Taiwan

Também na última quarta, Biden mudou a dependência dos Estados Unidos da fabricação chinesa, incluindo a aprovação de uma lei para incentivar empresas de semicondutores a construir mais fábricas de alta tecnologia no país. A medida é uma alternativa à “Iniciativa do Cinturão e Rota” da China, que visa impulsionar o comércio dos chineses com outros mercados globais.

O atual presidente também manteve as tarifas da era Trump sobre muitos produtos fabricados no gigante asiático para manter a influência sobre Pequim. No entanto, ele está avaliando se deve aliviar pelo menos algumas delas para diminuir o impacto do aumento da inflação nas famílias americanas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.