A China divulgou na terça-feira 5 novas regras voltadas para controlar o hábito de jogar videogames no país. Menores de 18 anos passam a ser proibidos de jogar após as 22h e antes das 8h, sem extrapolar 90 minutos de games durante os dias úteis.
A Administração Nacional de Imprensa e Publicações anunciou que o objetivo é controlar o vício em videogames entre jovens, um problema que as autoridades acreditam causar aumento da miopia e deteriorar o desempenho acadêmico.
“Esses problemas afetam a saúde física e mental dos menores, bem como o aprendizado e a vida”, disse o órgão em comunicado publicado pela Xinhua, agência de notícias oficial.
Quando se conectarem para jogar, os gamers deverão usar nomes reais e números de identificação. As regras também limitam o tempo de jogo durante fins de semana e feriados a três horas por dia, e controlam compras através de aplicativos, como armas virtuais, roupas e animais de estimação. Dependendo da idade, os jovens podem gastar o equivalente a até 115 a 230 reais por mês.
Xi Jinping, o presidente chinês, aumentou durante seu governo a regulamentação de grandes empresas de tecnologia, pressionando-as a espalhar os valores culturais promovidos pelo Partido Comunista.
Os videogames se tornaram um alvo popular. Segundo o jornal The New York Times, a imprensa estatal comparou alguns jogos a “veneno”, e o governo bloqueou a venda de alguns títulos, alegando que são violentos demais, como Battlefield 4 e Devotion.
Ainda de acordo com o Times, a China é um dos mercados de videogame mais regulamentados do mundo, e as empresas de tecnologia do país e do exterior serão forçadas a cumprir com políticas do governo. Por enquanto, videogames offline ainda são os mais difíceis de controlar.
Só que, como é característico dos jovens, também haverá transgressões. É provável que os jogadores encontrem maneiras de contornar os regulamentos, como usar o telefone e o número de identificação dos pais.