Seis navios de reconhecimento chineses começaram a patrulhar nesta sexta-feira as águas territoriais das ilhas Senkaku, chamadas de Diaoyu na China, ignorando avisos de autoridades japonesas. A soberania do arquipélago, adminstrado pelo Japão e localizado a sudoeste de Okinawa, no Mar da China Oriental, é disputada por Pequim e Tóquio – historicamente, Taiwan também reivindica o domínio das ilhas.
Segundo um comunicado do governo chinês, as atividades dos navios têm como objetivo “demonstrar a jurisdição da China sobre as ilhas Diaoyu e suas ilhotas adjuntas e garantir os interesses marítimos do país”. O governo japonês respondeu à presença dos barcos na região, afirmando que “tomará todas as medidas possíveis para assegurar a segurança” nas ilhas, declarou o primeiro-ministro Yoshihiko Noda.
Compra – Na última terça-feira, a China já tinha anunciado o envio de dois navios patrulheiros às Diaoyu, como resposta à compra por parte do governo japonês de três das ilhotas do arquipélago, que até então pertenciam a um empresário japonês. O Japão pagou um total de 2,05 bilhões de ienes (cerca de 52 milhões de reais) na negociação, que exacerbou as tensões regionais.
Desde então, a China reiterou que não fará “nenhuma concessão” com relação ao arquipélago e, embora tenha pedido a Tóquio que retroceda e resolva o conflito pela via da negociação, disse em várias ocasiões que tomará as “medidas necessárias” para defender sua soberania na região.
Uma mostra foi dada nesta quinta-feira, véspera do início da patrulha pelos navios: o Ministério da Agricultura da China pediu às autoridades pesqueiras das províncias chinesas de Zhejiang e Fujian (as mais próximas às ilhas) que incluam as águas das Diaoyu em seus controles rotineiros para “salvaguardar sua soberania e defender os pescadores”.
Tensão – As tensões entre os dois países ameaçam as celebrações, previstas para o final deste mês, do 40º aniversário da normalização de laços entre China de Japão, após a Segunda Guerra Mundial. O conflito territorial em torno das ilhas é um constante foco de rivalidade nas relações entre as duas nações. A administração das ilhas, que são inabitadas mas ricas em recursos naturais, foi transferida pelos Estados Unidos ao Japão em 1971.
(Com agência EFE)