Chanceler Araújo busca negócios e cooperação na Europa da direita
Roteiro inclui Itália, Hungria e Polônia; segundo Itamaraty, ministro não pediu audiência com o papa Francisco
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, inicia nesta terça-feira, 7, uma jornada a países europeus governados pela extrema-direita. A visita começa pela Itália de Matteo Salvini, segue para a Hungria de Viktor Orbán e termina na Polônia de Andrzej Duda. Sua única parada isenta de ideologia será o Vaticano, onde não chegou a pedir audiência com o papa Francisco.
A assessoria de imprensa do Itamaraty insistiu que a agenda de Araújo em Roma estará concentrada na na expansão da cooperação, na atração de investimentos e no aumento da exportação brasileira. Na terça-feira, ele se encontrará com empresários locais e, até a quarta-feira, se reunirá com o próprio Salvini, vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, e com Elisabeta Trenta, ministra da Defesa.
“Brasil e Itália mantêm Parceria Estratégica desde 2007. Em 2018, houve crescimento da ordem de 7% no comércio bilateral, que superou os 8 bilhões de dólares”, informou nota divulgada pelo Itamaraty. “A Itália é um dos maiores investidores individuais no país e possui mais de 1.200 empresas atuando no território brasileiro.”
A passagem do chanceler pelo Vaticano parece mais protocolar. Segundo a assessoria, Araújo não teria pedido um encontro com o papa Francisco, mas será recebido pelo secretário de Estado, Pietro Parolin, o segundo na hierarquia da Santa Sé, e com o secretário de Relações com Estados, monsenhor Paul Gallagher. No ano passado, o governo de Michel fechou um acordo com o Vaticano que, entre outras medidas, isentou instituições católicas de ensino de impostos.
Tanto na Itália quanto na Hungria e na Polônia, o chanceler tentará atrair a atenção para os aviões KC 390 da Embraer, desenvolvidos por engenheiros da Força Aérea Brasileira (FAB) para o transporte de de cargas e tropas. Araújo deverá se encontrar em Budapeste com membros do gabinete de Orbán, primeiro-ministro húngaro, na quinta-feira, 9, e com os do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, na sexta-feira, 10, em Varsóvia.