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Casa Branca muda orientação sobre uso de celular depois de escândalo

Aparelhos estão proibidos na Sala de Situação; clima de paranoia instalou-se na Presidência, que busca autor de artigo e fontes de Woodward

Por Da Redação
10 set 2018, 20h15

O governo de Donald Trump proibiu a entrada de autoridades e funcionários na Sala de situação com seus telefones celulares. A medida foi tomada silenciosamente, segundo a rede de televisão CNN, depois da divulgações de gravações feitas por Omarosa Manigault Newman, ex-diretora de Comunicações da Casa Branca, com seu aparelho.

Newman usara seu celular para gravar sua demissão pelo ministro da Casa Civil, general John Kelly, na Sala de Situação, o espaço para reuniões de alto nível do governo americano para discutir crises. Na conversa, segundo Newman, Kelly e outros colaboradores de Trump a teriam ameaçado e coagido.

“Eles me levam à Sala de Situação, as portas estão trancadas, eles dizem que eu não posso sair e começam a me ameaçar, colocar medo em mim e me deixam sob coação”, relatou ela à rede de televisão NBC.

Newman gravou também outras conversas na Casa Branca. Entre elas, uma entre o próprio Trump, sua secretária de imprensa, Sarah Sanders, e a ex-diretora de Comunicação Hope Hicks sobre as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.

As histórias foram narradas no livro que lançou no mês passado, “Unhinged” (Desequilibrado, em tradução livre), no qual Newman afirma que Trump é extremamente racista. O presidente americano a chamou de “louca”.

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Diante deste incidente, as autoridades e servidores da Casa Branca foram orientados a deixar seus telefones celulares em seus escritórios ou a guardá-los em cofres do lado de fora da Sala de Situação. Esta é a segunda mudança nas regras para uso de celulares na Casa Branca, segundo a CNN. Em janeiro, o general Kelly havia proibido o uso de telefones pessoais na área administrativa da Presidência.

As novas regras não apenas tapam uma brecha na segurança da Sala de Situação da Casa Branca – de onde, por exemplo, Barack Obama e sua equipe acompanharam a operação de captura de Osama Bin Laden, em 2011. Mas expõem também o clima de paranoia que se instalou na Presidência americana.

Às gravações e ao livro de Newman somaram-se o lançamento da obra “Fear – Trump in the White House” (Medo – Trump na Casa Branca, em tradução livre), do jornalista Bob Woodward, e a edição do artigo anônimo “I am part of the resistance inside the Trump administration” (Sou parte da resistência dentro do governo de Trump, em tradução livre) pelo jornal The New York Times.

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O livro de Woodward, co-autor das reportagens que levaram à renúncia do então presidente Richard Nixon, em 1974, traz um perfil nada favorável de Trump, considerado um “líder emocionalmente esgotado, raivoso e imprevisível” pelo autor e um “desequilibrado” e “idiota” por colaboradores diretos.

O jornalista narra ainda a iniciativa de algumas autoridades de roubar documentos da mesa de Trump, no Salão Oval, para impedi-lo de tomar decisões contrárias ao interesse do país. Em linha com essa revelação, o artigo anônimo foi escrito por um dos altos funcionários empenhados em “frustrar partes da agenda e as piores inclinações” do presidente americano.

Tanto as fontes não mencionadas por Woodward quanto o autor do artigo tornaram-se informações desejadas por Trump como prioridades. O presidente americano os chama de “traidores” e desencadeou uma espécie de caça às bruxas em seu governo.

Entre os  suspeitos estão o vice-presidente, Mike Pence, o secretário de Justiça, Jeff Sessions, e o secretário de Estado, Mike Pompeo. Todos negaram. Trump pediu a Sessions uma investigação sobre a autoria do artigo.

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