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Ex-funcionária da Casa Branca divulga gravação de sua demissão

Omarosa Manigault Newman diz que foi ameaçada por chefe de gabinete da Casa Branca e sua equipe

Por Da Redação
Atualizado em 13 ago 2018, 13h30 - Publicado em 13 ago 2018, 12h11

Uma ex-funcionária da Casa Branca que escreveu um livro de memórias sobre o período em que trabalhou para a administração do presidente Donald Trump divulgou no domingo, 12, um áudio secreto de sua demissão, anunciada por John Kelly, o chefe de gabinete da Presidência.

Omarosa Manigault Newman foi diretora de Comunicações do Escritório de Relações Públicas da Casa Branca até dezembro de 2017. Ela gravou em segredo diversas conversas comprometedoras que manteve com Trump e outros membros de seu governo e irá divulgá-las em um livro que será lançado na terça-feira, 14.

As únicas gravações divulgadas publicamente até agora, porém, foram as relacionadas à sua demissão. O desligamento aconteceu na chamada “Situation Room”, local em que presidentes americanos se reúnem com suas equipes para discutir crises internacionais. Segundo ela, o chefe de gabinete e sua equipe a ameaçaram e a coagiram.

Manigault Newman afirmou que decidiu divulgar o áudio mesmo sabendo que isso era uma violação dos protocolos de segurança, porque “esta é uma Casa Branca na qual todos mentem”.

Como a sala é considerada uma área de alta segurança na Casa Branca, os dispositivos eletrônicos são proibidos no local. Ainda não está claro se Manigault Newman enfrentará problemas legais pela divulgação do áudio.

Na fita, que ela disse ter gravado em 2017, uma voz, que segundo ela é a de John Kelly, alega que “importantes questões de integridade” o levaram a demiti-la. “Eles me levam à Sala de Situação, as portas estão trancadas, eles dizem que eu não posso sair e começam a me ameaçar, colocar medo em mim e me deixam sob coação”, afirmou em uma entrevista ao canal NBC, durante a qual apresentou a gravação.

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“Eu me protegi porque esta é uma Casa Branca na qual todos mentem. O presidente mente ao povo americano, (a porta-voz) Sarah Huckabee para diante do país e mente todos os dias. Você precisa ter o próprio apoio ou então você vai olhar para trás e terá 17 facas nas costas”.

Conversas com Trump

Manigault Newman também divulgou a gravação de uma conversa privada com Trump depois de ser demitida. O áudio parece mostrar um presidente que tem um conhecimento reduzido do que acontece dentro da Casa Branca ou que está disposto a mentir para evitar um confronto.

“Omarosa? Omarosa o que está acontecendo? Eu acabo de ver as notícias de que você está pensando em sair? O que aconteceu?”, questiona Trump, aparentemente sem saber que ela já havia sido demitida. “Ninguém me disse”, completa o presidente.

“Você sabe que eles comandam uma grande operação, mas eu não sabia”. O presidente continua: “Eu não sabia. Maldição! Não gosto que você vá embora de jeito nenhum”.

Depois da divulgação do áudio, Trump chamou Omarosa de “delinquente”.

A Casa Branca também reagiu com irritação à atitude da ex-assessora. “A simples ideia de que um membro da equipe colocou um dispositivo de gravação na Sala de Situação mostra um flagrante desprezo pela nossa segurança nacional”, afirmou Sarah Huckabee Sanders em um comunicado. “E então se gabar sobre isso em uma TV nacional comprova ainda mais a falta de caráter e integridade desta descontente ex-funcionária da Casa Branca”, completou.

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Manigault Newman participou em 2004 do reality show apresentado por Trump, The Apprentice (O Aprendiz), da emissora NBC. A partir daí, se transformou em uma das pessoas de confiança do multimilionário, que não hesitou em colocá-la em sua equipe de governo quando assumiu a Presidência.

Em seu explosivo livro de memórias intitulado “Unhinged”, Manigault Newman afirma que Trump se comporta de forma extremamente racista. A ex-assessora diz ter gravado diversas conversas com o magnata que comprovam suas alegações

Segundo o jornal The Guardian, que teve acesso a uma cópia adiantada da obra, a ex-assessora afirma que Trump usava constantemente a palavra “nigger” durante as sessões de gravação de seu programa televisivo. O termo é considerado uma forma extremamente pejorativa e ofensiva para se referir aos negros nos Estados Unidos.

De acordo com o jornal americano The Washington Post, Manigault Newman conta também na obra que a equipe de Trump ofereceu a ela um contrato no valor de 15.000 dólares por mês para que ficasse em silêncio sobre as gravações, mas ela recusou.

(Com AFP)

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