O legislador conservador Jeremy Wright, ex-ministro e procurador-geral do Reino Unido, disse nesta segunda-feira, 30, que o primeiro-ministro Boris Johnson prejudicou a autoridade do governo e deveria renunciar.
Wright soma-se à lista de legisladores de Johnson que retiraram seu apoio ao líder britânico desde que um relatório oficial publicado na semana passada detalhou uma série de festas ilegais em seu escritório em Downing Street durante o período mais duro das restrições contra a Covid-19.
Segundo ele, é impossível aceitar que Johnson não tenha responsabilidade pessoal pelos ocorridos. O premiê teria mostrado um “desrespeito rotineiro pelo espírito e, muitas vezes, pela letra das regras da Covid”.
“Também temo que esses eventos tenham causado danos reais e duradouros à reputação não apenas deste governo, mas às instituições e autoridade do governo em geral”, disse Wright em comunicado.
+ ‘Partygate’: Funcionários de Johnson esconderam festas ilegais da mídia
A autoridade acrescentou que restaurar a responsabilidade e a fé no bom governo exige mais do que um pedido de desculpas, e que a permanência de Johnson no cargo prejudicaria os objetivos cruciais do governo.
“Portanto, com pesar, concluí que, para o bem deste e dos futuros governos, o primeiro-ministro deve renunciar”, disse ele.
+ Corroído por escândalos, Boris Johnson perde terreno em eleições locais
Mais de 20 legisladores conservadores pediram publicamente a saída de Johnson desde que os relatos de festas durante o lockdown da pandemia começaram a ser reportadas pela mídia. Pelo menos 54 são obrigados a solicitar formalmente um voto de não-confiança para que o mecanismo seja acionado.