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As negociações secretas do acordo entre Israel e Hamas

Os esforços foram iniciados depois de um contato do governo do Catar com a Casa Branca para criar uma equipe focada na libertação de reféns em Gaza

Por Da Redação
22 nov 2023, 11h24

Um trabalho iniciado pelo governo do Catar, em parceria com os Estados Unidos, finalmente deu frutos com o anúncio na terça-feira, 22, de um acordo de troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas. Os esforços foram iniciados logo após o ataque às comunidades no sul israelense, no dia 7 de outubro.

Pouco depois da data, o Catar – que historicamente adota o papel de mediador na região volátil – abordou a Casa Branca com informações relevantes sobre os reféns e o potencial para a sua libertação. Os cataris pediram que fosse criada uma pequena equipe, que chamaram de “célula”, para trabalhar a questão em particular com os israelenses.

As autoridades informaram que isso foi feito de forma secreta, sem avisar outras agências relevantes dos Estados Unidos. O presidente americano, Joe Biden, se envolveu pessoalmente no caso em conversas com Omã e com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.

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Após o primeiro contato, o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Brett McGurk, foi instruído por Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional americano, a estabelecer uma equipe focada na missão de libertação dos reféns. Um diplomata veterano com profunda experiência na região, ele mantinha ligações matinais diárias com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani, e mandava atualizações para Sullivan e Biden.

Dias depois, Biden viajou para Tel Aviv para um encontro com Netanyahu, em 18 de outubro. O governo americano disseram que garantir a libertação dos reféns era o foco central das suas discussões com o primeiro-ministro e o seu gabinete de guerra, bem como a ampliação da assistência humanitária à Faixa de Gaza.

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Cinco dias depois, em 23 de outubro, o trabalho da equipe da Casa Branca ajudou a libertar duas reféns americanas, Natalie e Judith Raanan. O retorno das vítimas provou que era possível obter a liberdade dos reféns e deu confiança a Biden de que o Catar poderia cumprir a missão por meio da pequena equipe que havia sido criada.

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Os esforços da “célula” foram intensificados. Os Estados Unidos viram uma oportunidade de obter a libertação de um grande número de reféns e que um acordo para a troca de prisioneiros era o único caminho realista para garantir uma pausa nos combates.

Tel Aviv argumentou que os termos não eram suficientemente firmes para fechar um acordo, uma vez que não havia prova de vida dos reféns. Já o Hamas alegava que não poderia determinar quem estava detido até que houvesse uma pausa nos combates.

Americanos e israelenses consideraram a posição do Hamas “falsa” e exigiram que o grupo apresentasse uma lista dos seus cativos. A comunicação foi difícil, e as mensagens tinham de ser transmitidas pelo Catar ou pelo Egito para Gaza.

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O acordo que tomou forma nas negociações prevê a libertação de 50 reféns israelenses em troca de 150 prisioneiros palestinos durante uma pausa de quatro dias nos combates. Tel Aviv insistiu que todas as mulheres e crianças saíssem da zona de guerra nesta fase.

Porém, até o momento, o Hamas ainda não havia fornecido informações sobre os detidos. Biden chegou a ligar para o emir do Catar para exigir saber os nomes ou informações claras de identificação dos 50 reféns, incluindo idades, sexo e nacionalidades. Sem a informação, disseram fontes ligadas as negociações à agência de notícias Reuters, não havia base para avançar.

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Pouco depois da ligação, o Hamas apresentou detalhes dos 50 reféns que disse que seriam libertados na primeira fase de qualquer acordo. Os Estados Unidos, então, pressionaram Israel a aceitar o a transação.

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As negociações foram paralisadas quando as comunicações foram interrompidas em Gaza na última semana. Quando os serviços de internet e telefonia retornaram, o acordo estava estruturado para que mulheres e crianças fossem libertadas numa primeira fase, mas com uma expectativa de libertações futuras.

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