Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Acordo entre Argentina e Irã livraria terroristas, diz agência

Cristina Kirchner foi acusada de traição à pátria por supostamente tentar encobrir os culpados do atentado terrorista de 1994

Por EFE
Atualizado em 13 dez 2017, 20h18 - Publicado em 13 dez 2017, 19h42

Argentina  e Irã acordaram em pedir a retirada dos alertas de captura dos iranianos acusados do ataque ao prédio da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em Buenos Aires, em 1994. O trato fazia parte do pacto bilateral assinado em 2013, pelo qual a ex-presidente Cristina Kirchner é acusada de traição à pátria.

Segundo a agência EFE, a informação teria sido confirmada pelo governo do Irã, em uma carta dirigida ao chanceler argentino Jorge Faurie em 4 de novembro. A mensagem aponta que, após a assinatura do Memorando de Entendimento entre os dois países, ambas chancelarias solicitaram à Interpol tirar os alertas vermelhos sobre os iranianos acusados na Argentina pelo atentado, que deixou 85 mortos e segue impune.

O Memorando foi declarado inconstitucional na Argentina e nunca chegou a ser ratificado no Irã.

“Imediatamente depois da assinatura do memorando, os então ministros de Relações Exteriores do Irã e da Argentina, cumprindo com o artigo 7 do mesmo, enviaram uma carta conjunta ao Secretário-Geral da Interpol se referindo ao acordo alcançado entre os dois países para colaborar em nível bilateral (e) solicitaram à Interpol pôr fim às obrigações com relação à causa AMIA”, afirma o texto.

Continua após a publicidade

A informação sobre o conteúdo da carta foi confirmada pela Delegação de Associações Israelitas da Argentina (DAIA), um dos autores do processo de investigação do acordo bilateral. A mensagem já foi incluída como evidência no caso dirigido pelo juiz Claudio Bonadio.

No entanto, o ex-Secretário-Geral da Interpol Richard Noble revelou no Twitter que os pedidos de captura contra os iranianos sempre estiveram vigentes e que a Argentina nunca solicitou suspendê-los.

O caso

Em 7 de dezembro, Bonadio determinou a prisão de Cristina, atual senadora, por traição à pátria derivada do suposto encobrimento dos cidadãos acusados do ataque à AMIA por meio desse pacto com o Irã. O juiz pediu ao Senado a eliminação da imunidade parlamentar da ex-presidente.

O expediente judicial foi aberto após a denúncia do promotor Alberto Nisman, realizada em janeiro de 2015 contra ela e vários membros de seu Governo. Segundo Nisman, o pacto entre Irã e Argentina pretendia encobrir os acusados iranianos a fim de melhorar a relação comercial bilateral entre os dois países.

Continua após a publicidade

O promotor foi encontrado morto em seu apartamento quatro dias após entregar a denúncia. As condições de sua morte ainda são investigadas.

Cristina e sua equipe negam as acusações desde o início e insistem que o único objetivo do pacto era chegar à verdade do atentado. Em entrevista coletiva na semana passada, a ex-presidente disse que o que realmente foi acordado com o Irã era garantir que os acusados de participação no ataque prestassem depoimento, já que a causa está “totalmente paralisada” porque o Irã não os extradita.

O atentado contra a AMIA, que a comunidade judaica atribui ao Irã e ao grupo xiita Hezbollah, foi o segundo contra judeus na Argentina, depois da morte de 29 pessoas em uma explosão de bomba diante da embaixada israelense. Esse caso também não foi esclarecido até hoje.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.