Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Aquecimento global: cientistas descobrem vazamento de metano na Antártica

Gás, escondido sob o oceano nos polos, contribui para aumento do efeito estufa e elevação da temperatura na Terra

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 22 jul 2020, 12h44 - Publicado em 22 jul 2020, 12h26

Cientistas identificaram um novo vazamento ativo de gás metano na Antártica. A descoberta, publicada na revista científica Proceedings of Royal Society Bfoi classificada como sendo “incrivelmente preocupante”, já que o gás pode potencializar o efeito estufa e contribuir para o aquecimento global.

Normalmente, o metano produzido nos oceanos é consumido por micro-organismos, mas os pesquisadores afirmam que a substância está escapando para a atmosfera devido à ausência desses seres vivos. Segundo os cientistas, os micróbios só chegaram em pequeno número após cinco anos, desde que o vazamento foi identificado pela primeira vez, em 2011, no Mar de Ross.

ASSINE VEJA

Crise da desigualdade social: a busca pelo equilíbrio Leia nesta edição: Como a pandemia ampliou o abismo entre ricos e pobres no Brasil. E mais: entrevista exclusiva com Pazuello, ministro interino da Saúde ()
Clique e Assine

“O atraso [no consumo de metano] é a descoberta mais importante”, disse Andrew Thurber, da Universidade Estadual do Oregon nos EUA, que liderou a pesquisa, ao jornal britânico The Guardian. “Não são boas notícias. Levou mais de cinco anos para os micróbios começarem a aparecer e mesmo assim ainda havia metano escapando rapidamente do fundo do mar. ”

Continua após a publicidade

Acredita-se que vastas quantidades de metano sejam armazenadas no fundo do mar ao redor da Antártica. O vazamento desse tipo de gás nos polos pode ser um dos indicativos de que o aquecimento global se tornou imparável. “O ciclo do metano é absolutamente algo com o qual nós, como sociedade, precisamos nos preocupar”, disse Thurber.

Apesar disso, o pesquisador afirma que o fenômeno não deve estar relacionado ao aumento de temperatura dos oceanos, mas provavelmente à decomposição de algas o subsolo marítimo. Contudo, essas são apenas hipóteses, a razão do surgimento da nova infiltração ainda não foi cientificamente comprovada. “É um mistério para o qual ainda não temos uma resposta”, disse Thurber. “Está do lado de um vulcão ativo, mas parece que não veio disso”, explica.

A infiltração de metano está em um local de 10 metros de profundidade conhecido como Cinder Cones, no McMurdo Sound. É um trecho de 70 metros de comprimento de tapetes microbianos brancos. Mergulhadores se depararam acidentalmente com ela em 2011 e uma segunda infiltração foi encontrada em 2016, quando os cientistas retornaram ao local para estudar o vazamento.

Continua após a publicidade

Jemma Wadham, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, que não participou do estudo, disse ao Guardian que “a Antártica e sua camada de gelo são enormes buracos negros em nossa compreensão do ciclo de metano da Terra. A grande questão é: qual é o tamanho do atraso [nos micróbios que consomem metano] em comparação com a velocidade com que novos vazamentos de metano podem se formar na esteira da retirada de gelo?”

Mais estudos são necessários para entender o que se passa na região, mas as expedições ao continente antártico estão suspensas pelo risco de contaminação de Covid-19.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.