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Agência antiespionagem chinesa lança rede social e convoca civis

Ministério da Segurança do Estado da China pede que 'todos os membros da sociedade' combatam a espionagem

Por Da Redação
2 ago 2023, 09h41

A agência de inteligência da China, antes altamente secreta, abriu uma conta pública na maior rede social do país na segunda-feira 31 para convidar “todos os membros da sociedade” a se juntarem à luta contra a espionagem, oferecendo recompensas e proteção para quem fornecer informações contra inimigos.

O Ministério da Segurança do Estado supervisiona a inteligência e a contra-espionagem na China e no exterior. Embora suas operações suscitem comparações a uma mescla entre CIA e FBI, as agências de inteligência e de polícia federal americanas, mas o órgão é muito mais sigiloso sobre seu trabalho. Até agora, não havia sequer um site público descrevendo suas atividades.

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Há dois dias, a agência abriu uma conta no WeChat, o maior aplicativo de mensagens da China, com mais de 1 bilhão de usuários. Um dia depois, a conta publicou seu primeiro post.

Intitulado “O combate à espionagem requer a mobilização de todos os membros da sociedade”, o ministério disse que os órgãos de segurança nacional devem abrir canais de denúncia, como linhas diretas e plataformas online, para lidar com denúncias de suspeita de espionagem na China com maior eficácia.

“[É preciso] aprimorar o mecanismo para relatar espionagem elogiando, recompensando e protegendo legalmente indivíduos e organizações que relatam espionagem”, declarou a pasta, “para normalizar o mecanismo para que as pessoas participem do trabalho antiespionagem”.

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A agência acrescentou que é missão de “órgãos nacionais, grupos civis e empresas comerciais” implementar medidas antiespionagem, acrescentando que o governo e os “chefes de indústrias” devem assumir mais responsabilidade na área.

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Durante anos, as autoridades chinesas incentivaram o público a delatar suspeitos de espionagem estrangeira e seus colaboradores chineses por meio de propaganda e campanhas de incentivo. Mas esses esforços ganharam força sob Xi Jinping, o líder mais assertivo e autoritário da China em décadas, que fez da segurança do Estado sua principal prioridade.

O governo trabalha com a narrativa de que a China está sob grave e constante ameaça de “forças estrangeiras hostis”, que supostamente tentam se infiltrar e prejudicar o país. A mensagem foi ainda mais turbinada com a deterioração das relações com potências ocidentais.

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O primeiro post do WeChat do ministério da segurança citou novas emendas a uma lei de espionagem aprovada na China no início deste ano, que entrou em vigor em 1º de julho. Segundo o texto, veículos de notícias, emissoras, estações de televisão, o setor cultural e provedores de internet também devem participar da educação antiespionagem.

A China já havia aprovado uma lei abrangente para a área em 2014, que analistas caracterizaram como “ambígua e poderosa”, mas ampliou ainda mais o texto em abril. As últimas emendas expandiram a definição de espionagem para quaisquer “documentos, dados, materiais ou itens relacionados à segurança e interesses nacionais”, sem especificar como esses termos são definidos.

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A medida gerou preocupação entre analistas sobre seu potencial impacto a empresas estrangeiras, jornalistas e acadêmicos, que podem enfrentar mais riscos legais e incertezas em seu trabalho. Antes que a iniciativa entrasse em vigor, as autoridades chinesas fecharam o escritório de Pequim do Mintz Group, uma empresa americana de diligência prévia corporativa, e detiveram cinco funcionários locais.

A consultoria norte-americana Bain & Company também disse, em abril, que a polícia chinesa interrogou funcionários em seu escritório em Xangai. Além disso, o Japão exigiu a libertação de um funcionário japonês da empresa Astellas Pharma, que foi detido em Pequim em março por suspeita de espionagem.

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