A Síria assumiu na terça-feira (29) a presidência rotativa da Conferência de Desarmamento da ONU. Acusado de crimes contra a humanidade e de ter usado armas químicas contra sua própria população, o governo de Bashar Assad vai presidir as negociações por um mês.
A decisão foi alvo de condenação por parte de governos ocidentais. Robert Wood, enviado dos Estados Unidos para a conferência, organizada pelas Nações Unidas, disse que a presidência da Síria no órgão de Genebra é uma “farsa”.
Fazendo referência aos assassinatos e ataques de armas químicas supostamente cometidos contra civis pelo governo sírio, disse que “esta não é uma presidência normal e, portanto, os EUA não a tratarão como tal”.
Wood disse que “os Estados Unidos não ficarão em silêncio” e pediu que outros países “falem” e enviem uma “mensagem muito semelhante e clara sobre sua aversão”.
Wood deixou a reunião durante o discurso de abertura do enviado da Síria, Houssam-Eddin Ala. Após o fim dos comentários, o diplomata retornou à sala. A representação do Reino Unido no órgão também aderiu ao protesto.
A conferência de 65 países é o fórum de negociação de desarmamento mais importante do mundo, embora tenha alcançado pouco nos últimos anos. Trabalha pela redução de armas no mundo e não proliferação de armas nucleares.
Damasco ocupará a presidência do órgão durante quatro semanas, conforme as regras da presidência rotativa. As normas também estipulam que o critério para determinar os países que ocupam a chefia é a ordem alfabética.