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Tite tem dois times: um que ganha, outro que perde. E agora?

O Brasil foi derrotado por Camarões com os reservas, e o que seria solução para poupar os titulares virou um problema. Não chega a tirar o sono, mas...

Por Fábio Altman Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 dez 2022, 20h16 - Publicado em 2 dez 2022, 18h21

LUSAIL – Parecia não haver dúvida – o Brasil tinha o melhor elenco da Copa do Mundo, com 26 jogadores capazes de entrar em campo sem muita diferença entre titulares e reservas. Era o que se cantava em verso e prosa. Não é assim. A derrota para Camarões por 1 a 0, embora ainda assim tenha deixado o time de Tite em primeiro lugar, será para sempre lembrada com gosto amargo. Ela ilumina um dos capítulos ruins do torneio no Catar: a decisão, de muitas seleções, as já classificadas, as favoritas, as arrogantes, de levarem ao campo, no terceiro jogo, a turma do banco.

O Brasil repetiu na noite de sexta-feira, no Lusail, o que fizera a França. Ambos se deram muito mal, e têm agora um incômodo nó a resolver no vestiário: há uma equipe que vence e outra que perde. Não é bom. As atuações de Bruno Guimarães, Gabriel Jesus, Daniel Alves etc., fraquíssimas, criam um problema para Tite. Salvaram-se Gabriel Martinelli e Fabinho, talvez Rodrygo no primeiro tempo. Uma saída é dizer que entrou com o time B. É verdade, naturalmente. Mas o camelo agora está na sala e será difícil tirá-lo. Manchou a participação do Brasil na Copa do Mundo. Não é uma bomba atômica, mas é decepcionante.

Cabe insistir na comparação com a França ao perder para a Tunísia por 1 a 0. Guendozi, Muani, Coman e Fofana são apenas esforçados. A coisa estava tão ruim que o treinador Didier Deschamps, para salvar a pátria, colocou Mbappé aos 20 minutos do segundo tempo, aos 30 Griezmann e finalmente Debemlé. Não deu tempo para reagir. Nas ruas de Paris houve imensa festas no bairros e população tunisiana. Em Túnis, nem se fale. E a França começa as oitavas numa situação um tanto desequilibrada, como o Brasil. O argumento de que Copa do Mundo se joga com a tabela na mão é cínico.

Portugal, aliás, passou por papelão semelhante, embora Cristiano Ronaldo tenha pedido para jogar e ficou muito bravo ao ser substituído aos 20 minutos do segundo tempo da partida contra a Coreia. As câmeras de TV, por meio de leitura labial, flagraram CR7 xingando o treinador. Os portugueses do banco foram mal.

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Tudo somado: banco que é banco, ninguém parece ter. E a imagem que ficou da derrota dos brasileiros contra os camaronenses foi o sorriso – sim, o sorriso! – de Neymar ao fim da partida, agradecendo o apoio dos torcedores do meio do gramado. Soou educado, soou carinhoso com quem estava no estádio, mas pode ter sido postura deslocada da realidade. Afinal, o Brasil perdeu.

Para as oitavas passaram apenas cinco seleções invictas: Holanda, Inglaterra, Estados Unidos, Marrocos e Croácia. O Brasil, que vinha celebrando o tal elenco de primeiríssima, não.

Há agora um beco sem saída: pôr a culpa nos reservas. A Copa do Mundo é cruel e muitos resultados são injustos (embora o de hoje não, porque Camarões mereceu ganhar). Mas há uma certeza: contra a Coreia do Sul, nas oitavas, não entrarão os reservas.

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