O goleiro Bruno Fernandes já posou com a camisa do Boa Esporte após reunião em um restaurante de Varginha (MG) na última sexta-feira. E se for oficialmente apresentado no clube mineiro, possivelmente nesta terça-feira, o jogador de 32 anos precisará de outro uniforme, só com o logo do clube. Com a confirmação da saída do Grupo Góis & Silva, ex-principal patrocinador do Boa, o atual campeão da Série C do Brasileirão ficou sem nenhum patrocínio. A única marca que o apoia no momento é a fornecedora de material esportivo Kanxa, que já avisou que também rescindirá contrato caso a negociação com Bruno não seja desfeita.
O gerente de marketing da Kanxa, Sergio Grer, afirmou que a empresa fornecedora de material esportivo esperava a confirmação da negociação por parte do Boa Esporte para cancelar o acordo. Segundo ele, “vai ser difícil continuar”. A Kanxa cede os uniformes ao clube em troca de visibilidade. “A Kanxa fornece material esportivo para o time ficar bem vestido dentro e fora de campo”, disse Grer.
O clube mineiro não se posicionou sobre a fuga das marcas, mas o diretor Roberto Moraes disse nesta segunda-feira que a chance do Boa desistir da chegada de Bruno era “zero”.
Desde a última sexta-feira, a contratação do goleiro causou infinitas críticas nas redes sociais do Boa Esporte de seus patrocinadores. A primeira marca a desassociar seu nome ao do goleiro acusado de participação no assassinato de sua ex-amante, Eliza Samudio, foi a a empresa de suplementos nutricionais Nutrends.
Em seguida, a Cardiocenter Varginha e a Magsul Ressonância Magnética, empresas que prestam serviços de avaliações médicas dos atletas do Boa Esporte, também rescindiram seus contratos. Na tarde desta segunda-feira, após reunião em São Paulo, veio o golpe mais duro: o Grupo Góis & Silva e suas parceiras Dengue Control e Fazenda Ouro Velho também deixaram o clube.
É possível que na próxima partida, diante do o Araxá, pela segunda divisão do Campeonato Mineiro, o time ainda estampe as marcas dos ex-patrocinadores. “Ficou acordado consensualmente um período operacional para o clube apresentar seu novo uniforme sem as marcas do Grupo Góis e Silva”, informou a empresa.
No fim de semana, o Esporte se defendeu das críticas ao dizer que está cumprindo sua “obrigação social” ao dar uma chance ao goleiro. Bruno estava preso desde 2010, acusado de participação no assassinato de sua ex-amante, Eliza Samudio. Em 2013, ele foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver, mas, como não teve seu recurso julgado desde então, conseguiu sua liberdade provisória no dia 24 de fevereiro, por decisão do ministro do Marco Aurélio Mello, do STF.