Fifa reavalia futebol na Olimpíada: ‘Não tem ninguém feliz’
Presidente Gianni Infantino reclamou do calendário e disse que buscará soluções que agradem jogadores, clubes e federações
O inédito título olímpico conquistado pela seleção brasileira em agosto empolgou a torcida no Maracanã, na decisão contra a Alemanha. No entanto, aos olhos do resto do mundo, o torneio de futebol olímpico foi, mais uma vez, pouco interessante. Com jogadores de pouca expressão e muitas queixas de clubes, a Fifa pretende reavaliar o torneio de futebol nos Jogos.
Em entrevista recente a vários veículos europeus, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, admitiu que “algo precisa ser feito” e questionou a viabilidade do torneio no futuro. “No final, ninguém está satisfeito com o evento diante de um calendário internacional já congestionado. Não existem datas livres”, alertou o cartola ítalo-suíço.
Fifa não entregará mais a bola de ouro
Pelo calendário da Fifa, clubes não são obrigados a liberar seus jogadores aos Jogos. No caso de Neymar, a decisão do Barcelona ocorreu depois de uma longa negociação entre o jogador, a CBF e o time catalão. Além disso, desde Atlanta-1996, apenas três jogadores com idade acima de 23 podem participar da competição em cada equipe.
“Não se trata nem de uma competição júnior e também não é uma competição do mais alto nível. Os jogadores não estão felizes, os clubes não estão felizes e as federações não estão felizes”, alertou Infantino.
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“Portanto, se não tem ninguém feliz, deve haver algo de errado. Precisamos realmente olhar para isso. Não tenho uma solução”, admitiu Infantino “Isso é algo que todos estão falando nos círculos internos do futebol, mas também nos círculos olímpicos. Mas ninguém ousa levantar o assunto”, afirmou Infantino.
O novo presidente da Fifa, porém, indicou que estava satisfeito com o entusiasmo relacionado ao torneio feminino de futebol na Rio-2016. Um dos principais membros do COI, Francesco Ricci Bitti, disse que o futebol nos Jogos “foi muito satisfatório do ponto de vista do COI” e lamenta a posição da Fifa. “Os estádios estavam com ótima capacidade. Mas se a Fifa quer falar do assunto, vamos ver como lidar.”
(com Estadão Conteúdo)