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Oscar 2020: Leia críticas dos filmes indicados ao prêmio principal

Confira trechos de resenhas da colunista Isabela Boscov de todos os títulos que concorrem ao troféu de melhor filme

Por Redação
Atualizado em 8 fev 2020, 11h00 - Publicado em 8 fev 2020, 10h00

Acontece no domingo, 9, a 92ª edição do Oscar. Confira abaixo trechos das resenhas de todos os títulos indicados ao prêmio de melhor filme, assinados pela colunista de VEJA Isabela Boscov.

 

Engraçado, cortante e devastador: o formidável sul-coreano Parasita

‘Parasita’: fenômeno sul-coreano (Neon/CJ Entertainment/.)

“O cinema sul-coreano em geral ignora as compartimentalizações ocidentais de gênero; é comédia, suspense, drama e melodrama (e às vezes fantasia, ou ficção científica) não propriamente ao mesmo tempo mas, melhor dizendo, em sequência — curvas perigosas e mudanças de marcha abruptas são sua especialidade. Parasita trabalha esses fundamentos em um patamar alto: seu senso de humor acessível, a engenhosidade com que arma o cenário e a sua fluência visual e narrativa aliciam a plateia, jogam-na dentro da história, fazem com que ela se sinta confortável — e então Joon-ho Bong puxa as navalhas que vinha escondendo e desfere golpe atrás de golpe. É cinema no seu melhor: tão perfeito e envolvente que nada pode fazer com que ele se perca na tradução.” Leia o texto completo aqui.

 

1917 lança a plateia no desespero da guerra, sem pausa

George MacKay, como o soldado inglês Schofield em ‘1917’: realismo absoluto (François Duhamel/Universal Pictures/.)

“Muito da eficácia de 1917 está na concisão que Sam Mendes, antes um cineasta mais dado ao grandioso, aprendeu a praticar desde o excelente 007 — Operação Skyfall. Aqui, ele exclui o contexto histórico (1917 foi o ano em que os Estados Unidos entraram na guerra, em que a Rússia mobilizada pela revolução comunista saiu dela e em que os alemães intensificaram sua ofensiva). Também não alude ao atual reavivamento do nacionalismo e do fascismo — uma conjunção similar àquela na qual a I Guerra eclodiu. Com o foco fechado em uma missão e dois personagens, ele faz com que esse clima se forme sozinho na imaginação do espectador: é de um mundo em ruínas, reais e metafóricas, que ele fala. Em particular, de um mundo em que não há volta, de nenhum ponto do caminho.” Leia o texto completo aqui.

 

O Irlandês: o arrebatador olhar de Martin Scorsese sobre a máfia

‘O Irlandês’: De Niro (centro) e Al Pacino (à dir.) em nova parceria com Scorsese (./Netflix)

O Irlandês parece em tudo uma escolha natural para Martin Scorsese, um descendente de sicilianos que cresceu no Queens nova-­iorquino cercado por tipos como os que frequentemente retrata em seus filmes. Mas, à medida que a história transcorre, outros temas que soam bem mais íntimos começam a subir à superfície: velhice, obsolescência, reputação, a desconexão entre o passado e o presente. Scorsese não sublinha esses temas. Com seu estupendo domínio de cena, ele apenas os reitera de maneira que impregnem o filme, como se fossem um pensamento que nunca se articula completamente. Mas é nesse eco que está a razão de ser do filme.” Leia o texto completo aqui.

Coringa: Maestro do caos

Joaquin Phoenix, em uma das cenas marcantes de ‘Coringa’: expressão suprema da solidão e do desamparo (Niko Tavernise/Warner Bros)

“Fã muito assumido do cinema americano dos anos 70 e início dos 80, e em particular de Martin Scorsese, o diretor Todd Phillips conjura uma Gotham suja, malcuidada e perigosa como a Nova York de Taxi Driver (1976) — onde, como o personagem de Robert De Niro naquele filme, Arthur Fleck tenta sobreviver à hostilidade da cidade e aos próprios traumas. O crucial, porém, é que o diretor encontrou em Joaquin Phoenix um parceiro tão destemido quanto ele próprio. Phillips queria um Arthur Fleck magérrimo, para acentuar a ideia de pobreza e fragilidade, e Phoenix o atendeu com uma dieta que descreve como ‘obsessiva’ e que o fez perder 23 quilos. Em seu 1,73 metro de altura, o efeito é devastador e, ao mesmo tempo, libertador: curvado, cavado e de aspecto doentio, Arthur tem no entanto uma elasticidade e uma fluidez de movimentos que só em um físico assim reduzido seria possível.” Leia o texto completo aqui.

 

Adoráveis Mulheres renova com brio um clássico da literatura

Emma Watson no filme ‘Adoráveis Mulheres’, bela adaptação do livro ‘Mulherzinhas’ (//Divulgação)

“Leitora atenta não só do romance [Mulherzinhas] como também da biografia de Louisa May Alcott, a diretora e roteirista Greta Gerwig aparou quase todas as lições de moral que irritavam a autora e também muitos leitores. As que restaram aparecem em uma nova perspectiva: não são algo a ser ensinado, mas sentido na pele como o exasperante exercício de resignação que as mulheres do século XIX tinham de impor a si mesmas, enquanto olhavam de fora da festa a invejável liberdade masculina.” Leia o texto completo aqui.

 

Tarantino e Era Uma Vez em… Hollywood: a reinvenção da história

Brad Pitt e Leonardo DiCaprio em ‘Era uma Vez em… Hollywood’: história pelos olhos de Tarantino (//Divulgação)

“A catarse violenta é um sine qua non dos filmes de Tarantino, mas aqui ele não a usa apenas para corrigir a história, como o fez em Bastardos Inglórios e em Django Livre: usa-a para preservar, na sua imaginação e na de seu público, algo delicado e precioso, tão cheio de promessa quanto cada uma daquelas curvas fechadas com que seus personagens se divertem numa Hollywood que era então, ainda, um sonho.” Leia o texto completo aqui.

História de um Casamento, da Netflix, é bom – mas nem tanto assim

Scarlett e Driver em ‘História de um Casamento’: atuações soberbas como um ex-casal em guerra (Wilson Webb/Netflix)

“Scarlett Johansson dá tudo o que tem ao papel, e Adam Driver dá mais ainda; é um desempenho com tantas nuances diferentes de desolação e de perda que é difícil elogiá-lo o suficiente. Durante o filme, é mencionado que Charlie não tem contato com a família; sua infância foi marcada por alcoolismo e violência doméstica, e na mãe de Nicole ele encontrou a compensação para essa falta. A certa altura, porém, ele flagra a sogra em um momento de alegria genuína com o novo namorado de Nicole, e lê-se no rosto de Driver a profusão de perdas que o divórcio está trazendo para ele. É, de longe, a melhor cena do filme, e uma prova de que, desde Frances Ha, Mistress America e Enquanto Somos Jovens, o cinema de Noah Baumbach vem incorporando elementos de generosidade e graça que no início não estavam lá.” Leia o texto completo aqui.

 

Com Damon e Bale, Ford vs Ferrari voa da largada até a bandeirada final

Ford vs Ferrari
Damon e Bale em ‘Ford vs Ferrari’: mais que um filme de corrida (Fox/Divulgação)

“Tenho aqui o mesmo problema que tive com Rush em 2013: convencer aqueles espectadores que não dão a mínima para automobilismo de que Ford vs Ferrari não é um filme só para fãs de velocidade. É um filme que, sim, recria as sensações de uma corrida com gosto e com uma competência de provocar vertigens e arrepios – mas é antes de tudo a história exuberante, colorida e bem-humorada de dois sujeitos completamente diferentes entre si que têm um ponto importante em comum: o fraco por fazer aquilo que os outros dizem que não pode ser feito.” Leia o texto completo aqui.

 

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