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Nana Gouvea nos EUA: ‘Quando falo que sou brasileira, viro lixo’

Ex-banheira do Gugu fala a VEJA de ‘Black Wake’, filme americano de terror que marca a sua estreia como protagonista no cinema

Por Mabi Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2018, 14h52 - Publicado em 21 fev 2018, 13h52

Nana Gouvea já ficou conhecida como a modelo da Banheira do Gugu, aquele quadro inglório do SBT em que rebolava em trajes sumários dentro de um tanque d’água, e como “o” meme do furacão Sandy, depois de posar ao lado de árvores derrubadas pela passagem do tufão pelos Estados Unidos, onde mora há anos com o marido, o americano Carlos Keyes. Agora ela, que se recusa a comentar o episódio de 2012, quer ser estrela de cinema, e para isso dá o seu passo mais ambicioso: estreia como protagonista no filme de terror Black Wake, dirigido por Jeremiah Kipp e produzido pelo maridão. O longa estreia no próximo sábado, 24, nos Estados Unidos e teve seu trailer divulgado nesta semana. Nana falou sobre o desafio e a experiência de morar nos EUA a VEJA:

 

Como você entrou para o projeto? Eu fiz um teste com o diretor de Black Wake, Jeremiah Kipp, para um outro filme e ele me apresentou o roteiro desse projeto. Nós começamos a desenvolver o projeto (Nana também é produtora do longa) e, como precisávamos de uma pessoa para tocar a parte burocrática, pedi a ajuda do meu marido, que acabou virando o produtor do filme. A produção levou dois anos, mais ou menos.

Quem é a sua personagem? Eu faço uma psiquiatra brasileira, a Dra. Luiza Moreira, que é contratada pelo governo americano para tentar desvendar mortes que estão acontecendo perto de locais com água. O filme é muito complexo, para assistir grudado na cadeira de olho aberto. Tem aliens, zumbis e muita história por trás disso.

É daqueles filmes que você tem que assistir duas vezes para pegar todos os detalhes? Acho que sim, principalmente para a mentalidade do brasileiro. Nós não estamos acostumados no Brasil com ficção científica, é um gênero relativamente novo no nosso cinema.

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Você passou por alguma preparação para viver a personagem? Muita! Eu faço uma cientista, e ela não só usa termos técnicos, como em outra língua. Tive uma coach que me acompanhou nas filmagens para que eu pronunciasse bem as palavras. Eu já falava inglês, mas não como hoje. Fiz um trabalho de limpeza de sotaque. Ainda tenho um pouco, mas hoje qualquer americano me entende.

Como você se comunicava com seu marido, que é americano, antes desse preparo? Meu marido fala espanhol também, por causa dos negócios. Quando vim morar nos Estados Unidos, eu tinha um inglês muito fraco, “de turista”, daqueles que a gente faz nessas escolinhas de inglês no Brasil. Da primeira vez que vim passar um tempo com meu marido em Nova York, eu pedi que me matriculasse em uma escola de inglês. Naquela época, eu já tinha todas as bolsas, todos os sapatos, tudo, não precisava vir para os Estados Unidos fazer compras. Então, durante o dia eu estudava inglês com professores nativos, e à noite eu namorava.

O que mudou nos Estados Unidos para os estrangeiros com o governo Trump? A população. Com Obama, eu diria que as pessoas eram forçadas a se respeitar, e hoje o americano se sente no direito de maltratar e humilhar qualquer um que não seja daqui – não só brasileiros ou latinos. Eles só admiram os europeus. Eu tenho um inglês muito bom, sou branca, tenho olhos verdes e cabelo liso, então as pessoas demoram mais para perceber meu sotaque. Mas, no momento que percebem, a atitude muda. Quando falo que sou brasileira, então… viro lixo.

Quais seus projetos futuros? Essa é uma pergunta tão brasileira! Tem tudo lá no IMDb.

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Na verdade, a pergunta era sobre projetos inéditos… Até tenho, mas não posso falar. E, sendo sincera, enquanto não vai parar no IMDb, tudo pode dar errado.

Vocês pretendem trazer Black Wake para o Brasil? Eu quero tanto que saia no Brasil, você não tem noção. Estamos tentando vender para o cinema, na Netflix, seja o que for.

E você mesma gostaria de dublar sua personagem? Claro! Mas eu sei que pode não acontecer também. Às vezes fica mais barato para a empresa que comprar o filme contratar uma atriz brasileira para dublar do que custear minha ida ao Brasil para fazer o trabalho.

O assunto do momento é o assédio na indústria do entretenimento. Você já foi vítima? Aqui nos Estados Unidos, não, mas no Brasil já. Minha carreira no Brasil é muito maior e, hoje, acho que passei dessa faixa etária. Não sou mais aquela menininha bobinha que o cara mais poderoso acha que pode atacar porque ela vai ficar com medo e não vai falar nada. Quando isso me aconteceu por aí eu era essa menininha, que congelava e ficava sem reação, sem saber o que fazer, e simplesmente saia da sala e chorava.

Quem foi seu agressor? Ele já até faleceu. Agora não vale a pena dar nomes, defunto não vai para a cadeia.

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Se isso acontecesse hoje, o que você faria? Eu metia a mão na cara na hora. Sou muita velha para aguentar esse tipo de desaforo.

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