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Nana Gouvêa e a filosofia após a tempestade: ‘A tragédia vem de graça, a felicidade a gente tem de conquistar’

A modelo reflete sobre a repercussão de suas fotos como miss tragédia e nega querer se promover com a passagem da tempestade Sandy pelos EUA

Por Mariana Zylberkan
2 nov 2012, 14h17

Nana Gouvêa foi uma das pessoas mais afetadas pela passagem da tempestade Sandy por Nova York. Não por perdas humanas ou materiais: o apartamento que divide em Manhattan com o marido, o americano Carlos Keyes, está intacto, assim como todas as partes de seu corpo. Foi a sua imagem que sofreu danos. Acusada de querer se promover ao sensualizar junto a árvores caídas e ruas interditadas em NY, a modelo nega qualquer tipo de intenção nesse sentido e conta que fez as fotos a pedido de um site de fofocas, para o qual deu entrevista sobre a experiência de ter sobrevivido à tragédia natural.

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Por que posou pata fotos em cenas de destruição? Tirei as fotos a pedido de um site de fofocas, para o qual dei uma entrevista sobre a passagem do furacão. Saí à rua com o meu marido, mas não conseguimos ir muito longe porque as autoridades locais mandam todo mundo ficar em suas casas. Não houve um projeto, uma vontade minha de fazer as fotos. Se observar bem as imagens, só dá para ver árvores caídas. A gente não teve acesso a locais onde a destruição mais grave aconteceu.

O que você achou de ter suas fotos transformadas em memes? Achei as montagens muito engraçadas, espirituosas. Eu fiquei muito tempo em casa por causa da tempestade e me diverti horas navegando na internet na última quarta.

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Você se sentiu mal compreendida? Eu moro em Nova York, sou casada com um americano e estudo teatro oito horas por dia. Não faz nenhum sentido eu querer divulgar a minha imagem no Brasil. Não posso nem ir ao país porque estou no meio do processo para ter a minha cidadania americana. Não tenho motivos para querer ficar famosa no Brasil e tentar lucrar com isso.

Você ficou chateada? Não fiquei. Eu conheço muito bem a imprensa no Brasil, sei que é ácida. Eu já fui muito mal falada e mal interpretada e isso não me surpreende. Eu dei risada. Hoje, estou em um outro clima, as coisas por aqui estão começando a voltar ao normal, preciso organizar a minha casa e me preparar para as aulas que vão recomeçar. Isso não me prejudicou e também não me beneficiou. As fotos foram publicadas no meu Facebook, quem quiser vai lá e pega de graça. Eu não lucro absolutamente nada com isso.

Como explica esse barulho todo? Virou uma bola de neve. O primeiro meme que eu vi tinha a minha foto e a mensagem “Mil beijos para as recalcadas”. Depois começaram as piadas e a coisa deslanchou. Não sou eu quem está fazendo as piadas sobre os desastres mundiais. Eu estou quieta dentro da minha casa em Nova York, esperando a cidade voltar ao normal. Eu me sinto privilegiada de morar em uma parte de Manhattan onde o fornecimento de energia não foi interrompido e não houve nenhuma morte. Tenho só que agradecer a Deus e aceitar esse momento com alegria.

As pessoas falam com você sobre as fotos, na rua? Todo mundo dá risada. Foi uma coisa meio maluca que aconteceu em uma proporção gigantesca e inesperada. Todo mundo estava tirando fotos nas ruas, não só turistas, mas também os locais. Todos os artistas brasileiros que estavam em Nova York fizeram seus registros e os publicaram nas redes sociais. As minhas fotos foram escolhidas para virar piada.

As fotos, então, são uma recordação desse momento? Eu tenho família no Brasil, eles gostaram de ver fotos em que apareço segura e saudável depois da passagem do furacão.

Por que só as suas fotos foram alvo de piadas e críticas? Eu não sei, as pessoas dizem que as poses são muito sensuais. Eu não estou mostrando perna nem decote. Sei fazer ensaios sensuais. Se eu quisesse fazer algo nessa linha, teria feito, mas posei da maneira mais simples possível. Não dei um sorriso, as imagens mostram apenas a minha pessoa e a destruição atrás. A intenção foi registrar o momento.

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O que você sentia no momento dos cliques? Senti pesar, foi muito esquisito registrar esse tipo de momento. Tive uma sensação estranha, não foi nada prazeroso.

Como o furacão afetou a sua vida? Nada, só tive que ficar trancada em casa. Não tive alternativa a não ser fazer uma lua-de-mel com meu marido. O que eu ia fazer? Estava dentro de um apartamento com o homem que eu amo e proibida de sair. Eu não ia jogar dama, né?

Qual meme você curtiu mais? Tem momentos que eu adoraria ter presenciado, como o memorial do Michael Jackson. A ideia de flutuar com balões coloridos também é muito legal. Adorei outro meme que me colocou em cima da Estátua da Liberdade. Adoraria ter estado ao lado de Jesus Cristo, imagina que bênção?

O que achou de ser criticada por denegrir a imagem do Brasil? Não fui eu quem criou qualquer tipo de fama que o país tem no exterior. Eu vivo nos Estados Unidos como uma mulher casada que estuda interpretação em uma escola renomada onde, inclusive, não foi fácil entrar.

Não a incomoda o fato de continuarem a surgir memes com suas fotos? Eu acho muito engraçado. Cada um me faz rir mais do que o outro. A tragédia vem de graça, a felicidade a gente tem de conquistar. O meu copo sempre está meio cheio, eu vejo o lado bom das coisas. Está ruim, mas, se tem como melhorar, está ótimo.

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