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Quatro em dez professores já ajudaram alunos vítimas de bullying virtual

Dado está em uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet, divulgada nesta quarta-feira, 22; coordenadora do levantamento alerta para necessidade de prevenção

Por Da Redação
23 ago 2018, 08h24
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  • Uma nova pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 22, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostra que 40% dos professores brasileiros dizem já ter ajudado seus alunos a enfrentar situações problemáticas ocorridas na internet, como bullying, discriminação, assédio e disseminação de imagens sem consentimento. Por outro lado, a maioria dos docentes (56%) também diz ter promovido debates em sala de aula sobre como utilizar internet de forma segura. Outros 66% estimularam seus alunos a debater os problemas que passam na internet.

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    Segundo Daniela Costa, coordenadora da pesquisa, são as escolas particulares as que mais desenvolvem atividades do tipo, mas ambos os sistemas, público e privado, as ações são mais ligadas a resolver problemas que já ocorreram do que a prevenir ocorrências. “Perguntamos se, no último ano, a escola tinha realizado algum debate e os porcentuais foram menores do que se a escola tinha realizado esse tipo de atividade em algum momento. Pode ser que essas ações ainda sejam pontuais, não estejam integradas e ocorram quando algo acontece na escola”, afirma ela.

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    Em um colégio de São Paulo, estudantes escolheram um dia para só debater o mundo virtual. Formado no Dante Alighieri, na região central, um comitê de alunos do ensino médio e uma professora se reúnem semanalmente para discutir temas complicados da rede, como privacidade de dados e cyberbullying. “Eles trazem o olhar deles e me atualizam sobre o que está acontecendo”, diz a professora Valdenice Minatel, diretora de tecnologia da escola.

    No caso do Dante, o comitê com alunos ajuda o próprio colégio a pensar sobre o tema. “O Parlamento francês foi favorável a tirar o celular das escolas (em julho deste ano) e aqui nós debatemos sobre isso”, exemplifica Eduardo Candeias, de 15 anos. “Tentamos conscientizar as pessoas de que o celular pode ser, sim, uma ferramenta com bom uso.” Outra discussão é sobre as pegadas deixadas na rede. “Falamos sobre rastro digital. Eles estão construindo a própria biografia agora. E o que se faz hoje nunca será apagado da internet”, diz a professora Valdenice.

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    No Colégio Bandeirantes, na zona sul, as informações sobre cyberbullying e demais problemas do ambiente virtual são discutidos dentro da disciplina Convivência em Processo de Grupo (CPG) e os profissionais da escola são capacitados para acolher alunos que viverem esse tipo de situação.

    “A gente tem um trabalho preventivo e de intervenção. Na disciplina, falamos sobre valores e ajudamos o aluno a reconhecer caso isso aconteça com um colega”, diz Beatriz Kohlbach, professora e integrante do CPG. Beatriz afirma que a proposta também inclui não punir a vítima. “Tentamos trazer respeito, valores e o lado humano. Não podemos culpar a vítima. De maneira nenhuma, a gente deixa a situação acontecer.”

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    Em sala

    A conectividade dos estudantes também tem alterado o comportamento em sala de aula. De acordo com a pesquisa, 29% dos professores já receberam trabalhos ou lições pela internet, 42% tiraram dúvidas dos alunos online e quase metade (48%) colocou o conteúdo das disciplinas na internet.

    A variedade de plataformas de acesso, no entanto, ainda é um desafio. O levantamento mostrou que um quinto dos estudantes tem acesso à internet apenas por meio de celulares, o que pode ser prejudicial para a formação. “Justamente nas classes mais pobres ocorre esse uso. As atividades digitais mais complexas não podem ser realizadas só pelo celular. Existe a necessidade de oferecer o acesso a múltiplos dispositivos, que permitem a realização de atividades mais complexas”, explica Alexandre Barbosa, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br).

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    (Com Estadão Conteúdo)

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