Petrobras desembolsou quase US$ 1,2 bilhão pela refinaria
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A Petrobras desistiu de vender a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, dentro de seu atual plano de desinvestimento, disse nesta terça-feira a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, ao comentar o novo programa de negócios da empresa para o período de 2013 a 2017. “A refinaria de Pasadena saiu do plano de desinvestimento”, disse a presidente da Petrobras, sem detalhar, porém, os motivos que levaram a empresa a retirar a refinaria dos EUA do programa de desinvestimento. A venda da refinaria estava prevista no plano de negócios anterior (entre 2012 e 2016) como forma de capitalizar a empresa para seus investimentos no pré-sal.
O plano 2013-2017 prevê desinvestimentos totais de 9,9 bilhões de dólares, ante 14,8 bilhões de dólares no anterior. A desistência na venda ocorre em meio a suspeitas apuradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de que a Petrobras sofreu prejuízo na negociação que resultou na compra da refinaria. A presidente não fez, porém, referência à investigação nesta terça-feira.
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Histórico – A Petrobras comprou 50% da refinaria de Pasadena, em Houston, em 2006, por 360 milhões de dólares. Mas, em seguida, entrou numa batalha judicial com o parceiro no projeto, a Astra, que possuía os 50% do capital da refinaria. No fim de junho de 2012, a estatal encerrou o litígio com a Astra, após quase seis anos de disputas, aceitando pagar 820 milhões de dólares para ficar com a fatia de sua ex-sócia no negócio. Assim, ao todo, a Petrobras desembolsou quase 1,2 bilhão de dólares pela refinaria, que possui capacidade de produção de 100 mil barris/ dia.
Ao anunciar o plano de negócios, na última sexta-feira, a estatal informou que a maioria dos ativos previstos no desinvestimento devem ser vendidos ainda em 2013. Além da refinaria dos EUA, a Petrobras pretende vender refinarias na Argentina e no Japão, assim como blocos no Golfo do México e na Tanzânia.
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Os investimentos em novas refinarias no Brasil foram reduzidos em 12,6 bilhões de dólares no novo plano de negócios da estatal. A construção das refinarias Premium 1, no Maranhão, e Premium 2, no Ceará, que estavam em avaliação no plano anterior, ainda não foram formalmente incluídos no plano de investimentos da estatal. “As refinarias não subiram no telhado, nunca estiveram, mas não posso construir uma refinaria que ainda não deu tudo de si no projeto. Ainda estamos fazendo esforços intensos para que sejam feitas as duas refinarias. Aprendemos em 2012 o que representou não ter essas duas refinarias, não foi bom”, disse Graça Foster.
A execução ou não dos projetos sob avaliação, segundo a presidente da estatal, dependem de três fatores: o resultado dos estudos de viabilidade técnico-econômica, a disponibilidade de dinheiro e também a competição pelos recursos disponíveis com outros projetos sob avaliação. O diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, disse nesta terça-feira que os estudos de viabilidade técnico-econômica das duas refinarias devem ficar prontos até julho.
(com agência Reuters)